TIRO NA CARA. Renato Dornelles: “Júnior Perneta cresceu no crime”

Líder de facção preso no Paraguai estava atuando no mercado atacadista das drogas, abastecendo a região sul do país e a Argentina, de acordo coma polícia

O forte aparato montado pela Polícia Civil gaúcha para a transferência de Luís Fernando da Silva Soares Júnior, o Júnior Perneta, do Paraguai, onde ele foi preso na quarta-feira (2), até Porto Alegre para, posteriormente, ser transferido de volta à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) foi mais um indicativo do quanto ascendeu no crime.

Uma lancha e um helicóptero garantiram que a condução fosse feita por meios exclusivos, sem os riscos que um transporte terrestre poderia eventualmente oferecer.

Júnior Perneta, 38 anos, também conhecido como Museo, atestam as polícias Civil gaúcha e Federal, hoje é muito mais do que um líder de facção ou de um ocupante da ponta do comércio varejista de drogas.

Como outros traficantes brasileiros que buscaram não apenas guarida, mas investimentos em países próximos, estabeleceu-se no Paraguai, onde, de acordo com a Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), além de manter o comando da organização criminosa, estaria envolvido com a plantação de maconha, e o abastecimento, em nível de atacado, de boa parte da região sul do Brasil e ainda da Argentina.

Museo, desta forma, passou a integrar o rol dos traficantes brasileiros mais procurados pelas polícias estadual, Federal e Internacional (Interpol). Em 2015, após falha de comunicação entre a Justiça Federal e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) do Rio Grande do Sul ele deixou a prisão pela porta da frente. A persistência da Polícia Civil gaúcha, em um trabalho conjunto com a Polícia Nacional Paraguaia, três anos depois o devolve à Pasc.
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