Manifestações de pele podem ser indicativo de covid-19

O estudo mostra que manifestações cutâneas podem ser tanto indicativos como consequências da doença

Segundo os estudos, esses sintomas aparecem em  6% a 10% dos casos. De acordo com o documento, as lesões de pele podem surgir em até quatro semanas após o início dos sintomas gerais da doença mas, principalmente, no primeiros 15 dias. Os quadros de exantema (manchas vermelhas) e urticária costumam ser mais precoces, com início concomitante aos sintomas gerais ou nos dois primeiros dias. As manifestações vasculares, como pseudo-eritema pérnio (manchas roxas nas extremidades de mãos e pés), púrpura e necrose são tardias, ocorrendo em geral após a segunda semana de infecção.

“Não tem um quadro único, específico. São [manifestações] muito polimorfas”, informou Camila. Segundo ela, embora as lesões melhorem com a melhoria do  quadro da infecção, em alguns casos, elas podem se agravar. As manifestações vasculares com necrose das extremidades podem gerar, inclusive, amputação de membros.

O pior quadro inclui as manifestações vasculares tardias, que ocorrem em pacientes também em estado mais grave, internados em UTI, intubados, idosos com comorbidades e que tomam muitos remédios. “É todo um contexto já bem mais complicado”.

A especialista diz que lesões mais leves, como urticárias e erupções cutâneas podem aparecer em pacientes assintomáticos, do ponto de vista sistêmico. “Elas podem ser uma manifestação única da covid-19”, revela.

Em relação ao tratamento das lesões associadas à covid-19, Camila Seque afirma que, em geral, quando se trata a doença com as medicações para o quadro sistêmico, as lesões de pele acabam melhorando, acompanhando a melhora do quadro do paciente. Caso as manifestações cutâneas se tornem mais resistentes, isso pode exigir tratamento específico. “Mas, em geral, isso não é necessário”, tranquiliza a médica.