Justiça solta suspeita de usar ‘beleza e simpatia’ para aplicar golpes no DF

Ela estava presa desde julho e vai cumprir pena como prestação de serviços comunitários. Decisão é da 8ª Vara Criminal.
Por Gabriel Luiz, G1 DF
26/10/2017 11h21 Atualizado há 1 hora
Câmera de segurança flagrou ação de suspeita em loja de alimentação, no DF (Foto: Letícia Carvalho/G1) Câmera de segurança flagrou ação de suspeita em loja de alimentação, no DF (Foto: Letícia Carvalho/G1)
Câmera de segurança flagrou ação de suspeita em loja de alimentação, no DF (Foto: Letícia Carvalho/G1)

A Justiça do Distrito Federal mandou soltar Larissa Borges da Silva, de 29 anos, suspeita de se aproveitar da beleza e da simpatia para aplicar golpes. Entre os quase 50 casos denunciados à polícia, ao menos 20 já se tornaram inquéritos por furto e estelionato. A decisão para que ela fosse liberada é da 8ª Vara Criminal de Brasília.
Ela estava presa desde julho, quando foi apresentada à delegacia chorando. Na última segunda-feira (23), a mulher foi condenada a 1 ano e 8 meses de prisão, em regime aberto. Por ser de menor grau, esta pena foi convertida em uma de restrição de direito – como prestação de serviço comunitário. Com isso, a prisão preventiva foi revogada.
Na decisão, a juiz Osvaldo Tovani também mandou um aviso para que a direção da Penitenciária Feminina do DF (Colmeia) saiba da ordem de liberação.
Suspeita presa no DF teria aplicado golpe em clínica de cirurgia plástica (Foto: Arquivo pessoal) (Foto: Arquivo pessoal) Suspeita presa no DF teria aplicado golpe em clínica de cirurgia plástica (Foto: Arquivo pessoal) (Foto: Arquivo pessoal)
Suspeita presa no DF teria aplicado golpe em clínica de cirurgia plástica (Foto: Arquivo pessoal) (Foto: Arquivo pessoal)
O G1 tenta localizar a defesa dela para comentar. O delegado-adjunto da 1ª DP, João de Ataliba Nogueira, criticou a decisão: “Infelizmente essa condenação tão branda só aumenta o sentimento de impunidade da sociedade”.
Entenda
Segundo Ataliba Nogueira, a mulher tinha o costume de aplicar os golpes em salões de beleza, oficinas mecânicas, postos de gasolina, lojas de animais de estimação e até em uma clínica de cirurgia plástica. Vendedores de produtos em sites de compras também foram alvos da suposta estelionatária.

De acordo com as investigações, Larissa se apresentava às vítimas como arquiteta, e fazia uma transferência falsa ao pagar por serviços ou objetos. Para convencer os lojistas e empresários a aceitar pagamentos alternativos, a suspeita usava os dotes físicos e o charme.
“Ela sabia que a transação não seria autorizada e, por meio do charme, inventava uma história, pegava o número da conta corrente da vítima, simulava uma transferência bancária e apresentava um comprovante digital falso”, explicou o delegado.
Mulher é presa acusada de 19 estelionatos no DF
Após dois meses de investigação, a polícia a localizou em uma loja de produtos fitness, onde tentou fazer uma compra de R$ 300. O dono do local percebeu que o comprovante da transferência não havia caído na conta e negou a venda dos itens. Larissa, então, pegou os artigos e tentou fugir.
Policiais civis já monitoravam a “falsa arquiteta” dois meses antes da prisão. Ela foi detida pelos crimes de estelionato, e uma prisão em flagrante por furto.