Greve preocupa e impacto é imprevisível

Ceasa, mercados e consumidores estão em alerta, mas sem saber qual será a dimensão da paralisação…
Há alguns dias toma força a informação de que a partir de segunda-feira (9) os caminhoneiros, assim como ocorreu no início do ano, entrarão em greve. Desde então a CGN vem recebendo contatos de leitores preocupados, buscando saber qual será o impacto da paralisação.
O internauta Edson Tiago Dutra é um deles.
“Aqui em casa estamos todos preocupados com a possível greve dos caminhoneiros… será que devo estocar combustível? Porque de acordo com os rumores, essa greve será geral. O meu medo é faltar comida nas casas… Vocês como imprensa tem alguma informação a respeito?”
Qualquer tentativa de responder estas perguntas, neste momento, seria adivinhação. É fato que existe um movimento se organizando, mas é difícil saber qual é a dimensão dele e em que pontos irão atuar. Não existem lideranças bem definidas e a paralisação não foi definida por sindicatos ou representantes deste tipo.
Nos serviços que dependem mais diretamente do transporte de cargas a preocupação também é forte.
A gerente da Ceasa, Neide Cordeiro, relata que os permissionários, que possuem caminhões, receberam várias informações sobre o início da greve e algumas empresas chegaram a fazer estoques maiores dos produtos que podem resistir por alguns dias.
“Estamos aguardando para ver o que vai acontecer. Se tiver barreiras, mesmo os caminhões de empresas não irão parar. Se a mobilização for forte começaremos a sentir falta dos produtos já na quarta-feira”, estima.
Itens como batata, abacaxi e melão, são produzidos em outros estados e são os primeiros a ter dificuldade para chegar.
Mercados
O gerente de uma rede de supermercados, Genésio Pegoraro, comenta que não foi possível perceber nenhum aumento nas compras, nem eles próprios tomaram medidas para ampliar estoques.
“Esperamos que não aconteça, porque vai ser ruim para todo mundo. Se a greve for forte o produto chega em pior qualidade e mais caro, quando chega. Toda a nossa logística é desfeita”, relata.
Ele lembra que os mercados foram muito afetados pela paralisação do início do ano, alguns itens, como leite longa vida, chegaram a faltar. A primeira preocupação é com os hortifruti – que têm giro praticamente diário –, em seguida são as carnes e depois os produtos não perecíveis. Neste último caso o estoque é variável, mas também é limitado a 20, 25 dias.
Boatos
O inspetor chefe da PRF, Ricardo Schneider, afirma que há dias o setor de inteligência da polícia vem investigando os rumores de paralisação, mas pouca coisa foi confirmada.
“A gente tem acompanhado, mas os representantes negam. O que percebemos muito é que os boatos se espalham com muita facilidade, principalmente pelo Whatsapp”, relata.
Caso alguma mobilização ocorra, Schneider afirma que a PRF atuará para que a lei seja cumprida.
“Num primeiro momento agimos pela negociação, mas também podemos recorrer a multas e à força, se for necessário. A mobilização é permitida, mas o direito de ir e vir não pode ser desrespeitado”, conclui.
Causas
Em fevereiro a mobilização que começou muito forte na região sudoeste do Paraná se espalhou e trouxe impactos em todo o Estado. Escolas deixaram de funcionar, faltaram produtos. Os bloqueios duravam horas e eram constantes sendo que em alguns momentos chegou a haver ordens para que a polícia impedisse a paralisação nas rodovias.
Na época uma pauta de reivindicações dos caminhoneiros foi encaminhada, mas agora as afirmações são de que pouco se avançou. A nível nacional, surgiu o Comando Nacional do Transporte que incentiva a paralisação e apresenta como principal bandeira a renúncia da presidente Dilma Roussef.
Desde as primeiras horas da manhã de segunda-feira a CGN acompanhará o assunto em Cascavel, trazendo as informações sobre a mobilização.http://cgn.uol.com.br/
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