Contag pede a Dilma pelo menos R$ 30 bi para agricultura familiar
A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) pediu nesta quinta-feira (28) à presidente Dilma Rousseff, durante encontro no Palácio do Planalto, que o governo libere pelo menos R$ 30 bilhões para a agricultura familiar por meio do Plano Safra 2016-2017, afirmou o presidente da entidade, Alberto Broch.
Embora ainda não haja confirmação oficial, a previsão é que o plano seja anunciado na semana que vem, pela presidente, durante cerimônia no Planalto. Para a safra 2015-2016, o governo anunciou, em junho do ano passado, que liberaria R$ 28,9 bilhões.
“Ela [Dilma] ouviu serenamente todos os nossos pontos centrais, e comentou que eles são importantes. Mas ela ainda não definiu com sua área econômica concretamente nenhum ponto. Nós pedimos pelo menos R$ 30 bilhões, e ela falou que vai se esforçar ao máximo com sua equipe econômica. Ele não definiu, não anunciou o valor, mas disse que isso [o anúncio do plano] será na semana que vem”, disse Broch ao deixar a reunião com a presidente.
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Ainda segundo Broch, na reunião com Dilma, a entidade também pediu à presidente que o governo não aumente as taxas de juros praticadas na safra 2015-2016, o que para ele é um dos pontos “centrais.
De acordo com o governo, os juros variaram de 0,5% a 5,5% para agricultores familiares de baixa renda. Em regiões de semiárido, contudo, as taxas não ultrapassaram 4,5%. No caso dos médios produtores, os percentuais ficaram em 7,75% para custeio e 7,5%, para investimento.
Impeachment
Conforme o presidente da Contag, a entidade aproveitou o encontro com Dilma nesta quinta para prestar “solidariedade” à presidente em razão do processo de impeachment que ela enfrenta no Congresso Nacional – atualmente, o pedido de afastamento, que já foi aprovado pela Câmara, está sob análise na comissão especial do Senado, composta por 21 parlamentares.
Broch afirmou que, na reunião, a presidente declarou que vai “lutar” para não ser destituída do mandato.
“Inclusive, me chamou a atenção a serenidade com que ela estava. Ela estava muito bem, muito bem humorada”, avaliou Broch, que classificou o processo de “golpe”.
Questionado sobre se a entidade tem “receios” com relação a um eventual governo Michel Temer, Broch disse que “sim, e muitos”. “Mas não só na agricultura familiar. Nos nossos direitos, também. Temos muita clareza e vamos lutar muito para que não haja retrocessos nos direitos, seja no governo Dilma ou no próximo governo, golpista ou não golpista”, completou.
Fonte: G 1