Acerola em bebida alcoólica: inovação da Embrapa gera renda e combate desperdício

Uma garrafa de 750 ml do fermentado da fruta pode atingir o valor de até R$ 80

Cientistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveram um método para preparação de bebida alcoólica fermentada de acerola.

O processo tem como objetivo mitigar as perdas pós-colheita, por conta da natureza perecível da fruta, apresentando-se como uma alternativa comercial viável para produtores e agroindústrias. No mercado brasileiro, uma garrafa de 750 ml do fermentado de acerola pode atingir o valor de até R$ 80.

As pesquisas foram realizadas na Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), região do Vale do São Francisco, que se destaca pelo cultivo da fruta.

Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de acerola, evidenciando um considerável potencial para a produção em larga escala do fermentado. O desenvolvimento da bebida ocorreu em ambiente laboratorial, utilizando polpa da fruta, utilizando acerolas in natura da variedade Junko.

Essa cultivar de acerola se destaca pelo alto teor de vitamina C, coloração vermelha atrativa, aroma e sabor exóticos. Além disso, é rica em outros compostos bioativos, como carotenóides e compostos fenólicos, conferindo propriedades antioxidantes, antimutagênicas, anti-inflamatórias e anti-hiperglicêmicas à bebida fermentada.

Canal Rural

Biasoto ressalta que, nos últimos anos, várias frutas têm sido utilizadas na produção de fermentados, muitas vezes chamados erroneamente de vinhos de frutas. No entanto, ela esclarece que, conforme a legislação brasileira, somente a bebida derivada da fermentação alcoólica da uva pode ser chamada de vinho.

Elaboração do fermentado

A produção do fermentado pode ser realizada de forma artesanal ou industrial. Independentemente do tamanho da produção, a precisão na proporção entre água e acerola é crucial para a qualidade do produto.

Bebida ainda contém vitamina C e pode promover turismo rural. Foto: Filipe Araujo Carvalho.

O estudo recomenda a utilização de quatro quilos de frutas para dez litros de água. Essa proporção não apenas mantém a acidez dentro dos limites legais, mas também suaviza o gosto ácido da fruta, aumentando ainda o seu rendimento.