Covid-19: Novo medicamento reduz mortes de doentes hospitalizados

Os resultados de um novo estudo são promissores, incluindo em doentes com diabetes.

Numa amostra com mais de duas mil pessoas no Reino Unido (889 doentes da primeira vaga da pandemia no país e que não foram tratados com dexametasona e 1372 pessoas que foram tratadas com dexametasona na segunda vaga), este fármaco reduziu o risco de admissão em unidades de cuidados intensivos e de morte em 56%, de acordo com a equipe de investigadores do Imperial College de Londres.

Compararam-se 889 doentes da primeira vaga da pandemia da covid-19 no Reino Unido (entre Março e Abril de 2020) e que não foram tratados com dexametasona com 1372 pessoas que foram tratadas com esse medicamento na segunda vaga no país (entre Novembro de 2020 e Janeiro de 2021).

Uma das dúvidas era se colocaria a vida de diabéticos em risco, uma vez que o seu uso pode aumentar os níveis de açúcar no sangue. Contudo, o medicamento demonstrou igual impacto na redução da mortalidade em diabéticos.

A dexametasona, recorde-se, é um anti-inflamatório usado para tratar doenças autoimunes, como a lúpus, formas graves de alergia ou enjoos. Pode ser administrado por via oral ou através de uma injeção e perfusão, isto é, gota a gota. A dose recomendada é de seis miligramas uma vez por dia e por um período que pode ser de 10 dias.

No ano passado, a Agência Europeia de Medicamentos chegou a equacionar o uso deste medicamento em adultos e adolescentes a partir dos 12 anos, com menos de 40 quilos e que necessitam de tratamento suplementar com oxigênio. 

Ben Osborn, diretor da Pfizer no Reino Unido, anunciou esta terça-feira, na Sky News, que o tratamento antiviral da farmacêutica poderá vir a estar disponível no início do próximo ano. A Pfizer anunciou, recentemente, que o antiviral reduz em 89% o risco de hospitalização e de morte em pessoas de alto risco infectadas com o SARS-CoV-2. 

Já o comprimido da concorrente Merck está sendo analisado pela Food and Drug Administration. Na última quinta-feira, a agência reguladora do medicamento do Reino Unido deu luz verde ao antiviral (molnupiravir).