Volkswagen diz que guerra pode causar mais danos à economia do que o coronavírus

Conflito prolongado entre Rússia e Ucrânia trará escassez de energia, aumentos nos preços e inflação.

No dia em que o Brasil começa a sentir os primeiros impactos da guerra na Ucrânia no preço dos combustíveis, o CEO do Grupo Volkswagen, Herbert Diess, afirmou que um conflito prolongado pode causar mais danos à economia do que o coronavírus.

Em entrevista ao Financial Times, Diess disse que os efeitos colaterais da guerra vão causar escassez de energiaaumentos nos preços e inflação. Vale lembrar que a Rússia é responsável por 45% do fornecimento de gás natural na Europa – e por este motivo, os países da região não impuseram embargos tão severos.

“Para um país como a Alemanha, que depende da energia russa, é inviável cortar relações. Isso traria um impacto sem precedentes à nossa economia”, pontuou o CEO da Volkswagen.

Diess revelou não ser contrário às sanções, mas afirmou que líderes europeus devem retomar o diálogo para que a situação seja normalizada. Fábricas da Volkswagen e de outras empresas estrangeiras suspenderam as operações na Rússia. Na última terça-feira (8), um integrante do partido de Vladimir Putin ameaçou nacionalizar plantas de empresas que interrompessem as atividades.https://1ec3f1b05f52ad3923f1bc9095847981.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html?n=0

Guerra sem fim

Na quinta-feira (10), os ministros de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e Rússia, Sergei Lavrov, se encontraram na Turquia para negociar um cessar-fogo. Segundo o ucraniano, a Rússia faz exigências de rendição.

Lavrov declarou que o ocidente se comporta de forma equivocada ao fortalecer o armamento dos ucranianos. O ministro das Relações Exteriores disse que os ucranianos pretendem atacar cidades separatistas de seu próprio país.

A negociação entre os países acontece enquanto a Ucrânia acusa a Rússia de matar mais civis do que soldados. O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, chamou as tropas russas de “terroristas”.

Apesar do encontro, não há qualquer perspectiva de que a paz será restabelecida entre os dois países.