Vídeo: Frio e sem arrependimento, assassino de adolescente conta detalhes do crime

Frio e sem arrependimento, Misael Pereira Olair, de 19 anos, que confessou ter assassinado a adolescente Raphaella Noviski, de 16, dentro de uma sala de aula em Alexânia (GO), deu detalhes do crime à delegada Rafaela Wiezel, da Polícia Civil do município. Em vídeo gravado durante entrevista prévia, o homem disse não saber explicar o ódio sentido pela menina, que teria motivado o crime de feminicídio. A vítima foi morta com pelo menos 11 tiros na face.

O crime foi premeditado e planejado há um ano, período em que o homem teria juntado dinheiro para comprar uma arma. Na entrevista com a delegada, ele disse ter tido acesso à pistola há três meses. “Ela te fez alguma coisa no passado? Você sofreu, ela fez ameaça, bullying, desprezo que justificasse esse ódio?”, questionou a investigadora, que teve resposta negativa. Ao ser questionado pela razão do crime, ele se limitou a dizer “eu odeio ela” e não soube explicar o motivo.

Negando arrependimento e sem mudar o tom de voz, Misael disse que a conhecia a vítima há cerca de cinco anos. No ano passado, teriam sido colegas de classe e ela teria o rejeitado. Eles moravam próximos, mas não tinham contato por redes sociais. “Eu só tava (sic) esperando preparar tudo. Aí, quando ficou pronto, eu falei: agora é só ir lá na hora que eu quiser e eu mato”, disse à delegada Rafaela Wiezel.

Tomado pelo alegado ódio, ele pulou o muro da instituição e caçou a menina pelas salas de aula da Escola Estadual 13 de Maio. “Tinha muita gente, mas eu só tava procurando uma. Mirei nela. Na cabeça”, contou na gravação. Ele descarregou contra ela toda a munição que tinha no revólver calibre 32, recarregou e disparou novamente. Pelo menos 11 tiros foram desferidos em direção ao rosto da menina a uma distância de meio metro.

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Feminicídio

Na mochila, foi encontrada a arma utilizada no crime, várias munições, uma faca e uma máscara. Ele também tinha veneno de rato e paracetamol, que seria usado, para suicídio. “Ele tinha medo de, com um tiro só, sobreviver ou ficar paraplégico”, revelou a delegada. As investigações continuam com prova pericial, imagens do circuito interno da escola e depoimentos de alunos, testemunhas e familiares.

Para Rafaela Wiezel Azzi, delegada da Polícia Civil do município, houve feminicídio, sendo evidente a condição sexista de gênero e possessividade. O crime foi premeditado e teria motivação passional. Ele juntou R$ 2,3 mil durante um ano para comprar a pistola.

Misael teve ajuda de um amigo da família, o comerciante Davi José de Souza, de 49 anos, que também foi detido. Conduzindo o veículo, ele teria levado o rapaz para a escola, ouvido os tiros, a correria dos alunos, esperado o suspeito sair e dado fuga a ele.

R7