The Economist elege o homem mais poderoso do mundo (e sugere ter muito cuidado)

Xi Jinping, presidente da China, é destacado como líder mundial em um momento de vácuo de poder nos EUA, com o alerta: “não espere que ele mude a China, ou o mundo, para melhor”

Nesta semana, foi a vez da revista britânica The Economist destacar essa ascensão em sua matéria de capa, ao eleger o presidente chinês, Xi Jinping, como o homem mais poderoso do mundo. A revista aponta que ele tem mais influência do que o atual presidente dos EUA, Donald Trump, sugerindo ainda que o mundo deve ser cauteloso sobre se essa nova liderança será boa: “não espere que Xi mude a China, ou o mundo, para melhor”, apontou.
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A publicação inicia seu texto destacando que os presidentes americanos costumam elogiar seus colegas chineses e que Trump não foge à regra. “O Washington Post o cita dizendo que o líder atual da China é ‘provavelmente o mais poderoso’ que o país já teve em um século”, diz a Economist. Contudo, o americano poderia ir além e dizer: “Xi Jinping é o líder mais poderoso do mundo”, sugere.

Conforme destaca a revista, Xi Jinping vem ganhando musculatura no cenário internacional, impulsionado pelo fato de que os EUA, mesmo ainda sendo o país mais poderoso do mundo, tem um presidente fraco internamente e menos efetivo no exterior do que qualquer um de seus antecessores recentes.

O presidente do “maior estado autoritário do mundo”, ao contrário, caminha a passos muitos confiantes no exterior, enquanto o seu controle sobre a China é maior na comparação com qualquer líder que o país teve antes de Mao Tsé-Tung (que governou o país desde 1949 até 1976), ressalta a Economist. Mas há um contraste: enquanto a China de Mao era caótica e miseravelmente pobre, Xi é o líder do motor do crescimento global.

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Para a revista, a sua influência em breve estará completa, com o congresso quinquenal do PCC (Partido Comunista da China), que acontecerá em 18 de outubro, sendo este o primeiro presidido por Xi. “Seus 2.300 delegados vão reverenciá-lo. Observadores mais céticos podem perguntar se Xi usará seu poder extraordinário para o bem ou para o mal”, alerta a publicação.

Sua influência no exterior se estende uma vez que, em suas inúmeras viagens ao exterior, ele se apresenta como apóstolo da paz e da amizade, uma voz da razão em um mundo confuso e perturbado. “Os erros de Trump tornaram isso muito mais fácil. Em janeiro, em Davos, Xi prometeu à elite mundial que encabeçaria a globalização, o livre comércio e o acordo de Paris sobre as mudanças climáticas. Os que o ouviram ficaram encantados e aliviados. Pelo menos, eles pensaram, um grande líder estava disposto a defender o que era certo, mesmo que Trump (então presidente eleito) não o fizesse”, aponta a revista.

As palavras de Xi são atendidas em parte porque a China tem o maior estoque de moeda estrangeira do mundo para apoiá-lo. Com centenas de bilhões de dólares, ele vai ao exterior (incluindo o Brasil) para investir em vias férreas, portos, estações de energia e outras construções que ajudarão diversas regiões do mundo a prosperar. “Esse é o tipo de liderança que os EUA não mostraram desde os dias do pós-guerra com o Plano Marshall na Europa Ocidental (que foi consideravelmente menor)”, compara a Economist.

Os esforços para um poderio militar sem precedentes no exterior sob a gestão Xi também são destacados. Este ano, ele abriu a primeira base militar estrangeira do país, em Djibouti, e e enviou a marinha chinesa para manobras cada vez mais distantes. A China diz que nunca invadirá outros países para impor sua vontade (além de Taiwan, que não considera um país). O país afirma, segundo a Economist, que os esforços de construção de base são para apoiar missões de manutenção da paz, anti-pirataria e humanitária. Quanto às ilhas artificiais com pistas militares que estão sendo construídas no Mar da China Meridional, estas são puramente com viés defensivo, diz o país.
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