Produtora de Goiás supera rentabilidade da soja plantando milho.

.

O Mais Milho deste sábado é diferente. O programa mostra a nova geração de mulheres à frente das fazendas, decidindo desde o plantio até o momento certo de comercializar a produção.
O programa gravado em Chapadão do Céu, Goiás, na divisa com Mato Grosso do Sul, reuniu Carine Schneider e Bruna Zapparoli, amigas e vizinhas que dividem os desafios e as superações do dia a dia nas fazendas que administram.

Carine já nasceu no meio da lavoura e desde muito jovem foi incentivada a participar das decisões: “Todas as mulheres da fazenda sempre foram muito ativas, a gente cresceu tendo que participar, meu pai sempre incentivou o nosso empoderamento”, relata Carine.

Bruna tem uma história diferente. Morando em São Paulo, formada em jornalismo, recebeu o convite da família para tocar a fazenda no interior de Goiás. “Meu pai me convidou, combinamos de fazer um teste. Nunca aceitei a possibilidade de não dar certo. O maior desafio foi entrar numa empresa que já estava rodando, se tornar útil numa engrenagem já montada”, conta Bruna.

Carine Schneider e Bruna Zapparoli

O pai de Bruna, Luiz Renato Zapparoli, é outro convidado do Mais Milho deste sábado. “As coisas mudaram bastante. Hoje participo das reuniões e sou apenas o pai da Bruna”, brinca Luiz Renato.

GRUPO FAZ

As amigas inovaram e em 2015 criaram o grupo FAZ, formado por nove mulheres, todas ligadas ao agronegócio. “A gente se conhecia das andanças nas fazendas e como a região tem este perfil muito forte de participação feminina, nos unimos. A cada dois meses tratamos de temas específicos e de interesse comum. Desta forma as mulheres conseguem falar mais abertamente dos problemas que enfrentam, sempre em busca de soluções”, diz Schneider.

O RESULTADO NO CAMPO

A administração feminina mostra, na prática, os resultados positivos de quem toca a fazenda com foco na eficiência. A produtividade varia entre 180 sacas e 205 sacas por hectare. Resultado de investimentos em adubação, fungicidas e produtos de ponta. “Por aqui é proibido falar em safrinha, o milho não é apenas mais uma cultura. Ele é uma ferramenta para rotação de culturas e também de diversificação. Nos últimos cinco anos a rentabilidade tem sido tão boa quanto da soja”, relata Carine.

COMERCIALIZAÇÃO

“A gente vende tudo com antecedência para não correr qualquer tipo de risco. As decisões não são tomadas de maneira individual, tudo é conversado em família e assim vem dando certo”, revela Bruna sobre o momento da comercialização, um dos grandes desafios para os produtores rurais.

“O agro não aceita mais você não saber, você não entender. Eu tenho que saber desde a comercialização, o espaçamento, o básico de mecânica, sobre as técnicas, apesar de ser veterinária eu gosto de entender da parte agronômica, ensina a produtora”

O Mais Milho é apresentado pelo jornalista Glauber Silveira, sempre aos sábados, às 11h, no Canal Rural.