‘Pergunta para o vírus’, diz Bolsonaro sobre possibilidade de prorrogar auxílio emergencial

O mandatário deu a declaração ao conversar com um grupo de apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.


“Pergunta para o vírus”, respondeu a um apoiador. “A gente se prepara para tudo, mas tem que esperar certas coisas acontecerem. Esperamos que não seja necessário porque é sinal de que a economia vai pegar e não teremos novos confinamentos no Brasil”, continuou.


“Desde o começo, eu nunca fui a favor do confinamento. Sempre defendi a ideia do isolamento vertical, mas, infelizmente, a decisão coube aos governadores e prefeitos.”


Em seguida, Bolsonaro afirmou que não fosse a concessão do auxílio emergencial e outras medidas tomadas pelo governo, “a economia tinha quebrado no Brasil”.PUBLICIDADE


“Então, a gente espera que não seja necessário (a prorrogação do auxílio) e que o vírus esteja realmente de partida do Brasil”, concluiu o presidente.


O auxílio emergencial foi criado originalmente para durar três meses (tendo como base os meses de abril, maio e junho). Depois, o governo prorrogou por duas parcelas (julho e agosto). O valor de R$ 600 foi mantido em todo esse período.


Posteriormente, o governo estendeu de novo o pagamento do auxílio, mas a um valor de R$ 300, cuja última parcela será paga em dezembro.


Inicialmente, Bolsonaro pretendia reformular o Bolsa Família e lançar um novo programa, chamado Renda Brasil, para compensar o fim do pagamento do auxílio, que garante ao presidente ganhos eleitorais. A falta de fonte para custear a iniciativa, no entanto, tem travado a ideia de elaborar o novo projeto.


Nesta segunda (23), o ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou que, do ponto de vista do governo, não haverá prorrogação do auxílio emergencial para 2021. Segundo ele, a pandemia do coronavírus está cedendo no país e a atividade econômica está voltando.


Em videoconferência promovida pelas plataformas de investimento Empiricus e Vitreo, o ministro afirmou que o benefício pago a informais poderia ter duração de até um ano se o valor das parcelas fosse menor, de R$ 200, como propôs inicialmente a equipe econômica.


Reconhecendo que o valor de R$ 600 e a prorrogação com parcelas de R$ 300 até dezembro tiveram apoio do governo, ele afirmou que o programa acabou demandando muitos recursos do Tesouro Nacional.


“Os fatos são que a doença cedeu bastante e a economia voltou com muita força. Então, do ponto de vista do governo, não existe a prorrogação do auxílio emergencial”, disse.


O ministro ainda afirmou que há pressão política para que seja feita mais uma renovação da assistência. Ele ponderou que as ações do Executivo serão baseadas em evidências e o governo saberá como reagir em eventual situação de emergência, o que não está nos planos no momento.