Operação Nevada: chefe do narcotráfico é condenado a 22 anos em MS

Negociava a venda e compra de cocaína da Bolívia com chefes de organizações criminosas

A 3º Vara Criminal de Campo Grande condenou a 22 anos e 7 meses de prisão, Adriano Moreira Silva apontado como chefe de uma quadrilha que negociava a compra e a venda de cocaína, vinda da Bolívia, com organizações criminosas de Mato Grosso do Sul. Ele foi alvo da Operação Nevada, deflagrada em 2016.

A operação escancarou um esquema de tráfico de cocaína vinda da Bolívia, onde apontava Adriano, conhecido como ‘Zóio’ como suposto líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), em Mato Grosso do Sul. Ele fugiu durante a operação, sendo encontrado no estado do Ceará, em julho de 2018.

Ficou comprovado pelas investigações da operação que, Adriano tinha uma grande capacidade financeira, atuando como financiador e comprador em larguíssima escala de vários grupos criminosos no Estado, com o objetivo de internalizar cargas volumosas de cocaína boliviana e remeter as drogas, para o Estado de São Paulo.

Adriano conseguiu acumular com a venda de cocaína dezenas de imóveis. De acordo com a decisão, ele se utilizava de vários artifícios para dificultar a identificação de suas atividades ilícitas, como a troca periódica de aparelhos de telefone celular cadastrados em nomes de terceiros e a realização de encontros presenciais. O transporte de entorpecentes e de dinheiro para pagamento de fornecedores era realizado por terceiros de menor importância, mas que detinham a confiança dos líderes dos grupos envolvidos.

Ele ainda é apontado como dono de uma carga de 427 quilos de cocaína vindas da Bolívia. A carga foi apreendida em agosto de 2015, em Campo Grande. Também foram apreendidos na época, o valor de US$ 900 mil. Adriano foi condenado a 22 anos e 7 meses de prisão.

Esquema

A descoberta do grupo aconteceu devido a reclamações de moradores das proximidades da mansão na rua Serra Nevada. Na ocasião, policiais federais constataram intensa movimentação de automóveis de luxo pertencentes a empresas fantasmas e reiteradas reuniões de pessoas envolvidas com o tráfico de entorpecentes. O grupo atuava em núcleos e enviava grandes quantidades de cocaína boliviana para a cidade de São Paulo.

Na internalização da droga no País, fardos de cocaína boliviana eram arremessados de aviões na área rural dos municípios de Bodoquena, Bonito e Porto Murtinho. Depois disso, a droga era carregada em carroceria de veículos ou enterrada em local adequado para posterior carregamento e envio para a cidade de São Paulo. Odacir Fernando Santos Corrêa foi condenado a 51 anos; Odacir Santos Corrêa, 14 anos; e Gustavo da Silva Gonçalves a 12 anos.