MUNDO NOVO.Filha de PM assistia vídeos no celular momentos antes de atirar na própria cabeça em MS

Antes de atirar contra a própria cabeça na noite deste domingo (17), a filha do policial militar de Mundo Novo, estaria assistindo vídeos no celular. A polícia ainda não tem informações do conteúdo dos vídeos. A menina usou a arma pessoal do pai para fazer o disparo.

Segundo a delegada Allana Mariele que está à frente do caso, o aparelho celular, e o computador da menina foram apreendidos e agora se espera autorização judicial para poder saber o que havia neles.

Um caderno com mensagens de descontentamento também foi levado pela polícia para passar por análise. “Eram mensagens de brigas familiares, afastamento de colegas, mas ainda não foi confirmado se a caligrafia seria da menina”, disse a delegada.

Na hora dos fatos, os pais da criança estavam na cozinha e a filha assistindo vídeos no celular. Ela foi chamada pelos pais, mas não apareceu na cozinha, momento que ouviram o disparo. A menina foi encontrada caída no chão do quarto com a arma do militar ao lado do corpo. O pai da criança não pode ser ouvido pela polícia, já que estava em choque e teve de ser levado para atendimento médico.

A arma estava guardada em uma gaveta junto da arma funcional do policial, mas a gaveta não estava trancada. A mãe contou a delegada, que a filha era uma adolescente normal, e que não apresentava nenhum quadro de depressão. A morte da menina coincide com rumores que circularam na internet sobre a veiculação de vídeos com desafios suicidas usando a figura da ‘boneca Momo’.

Boneca Momo: o que é e como proteger as crianças
A Boneca Momo já foi tema de reportagem do Jornal Midiamax, quando era disseminada em correntes no WhatsApp. Com um desafio parecido com o da Baleia Azul, uma a corrente foi causa de preocupação entre os pais.

A Boneca Momo é uma figura medonha, de olhos esbugalhados e parecida com uma mulher pássaro. Na corrente, alguém se passa pelo personagem e lança um jogo com desafios perigosos, como o sufocamento e enforcamento.

Especialistas defendem tanto a mediação de responsáveis quanto ao conteúdo acessado por crianças e jovens na internet, como tratar os jogos perigosos como uma política de prevenção à saúde.

Eles destacam que em alguns países, como a França, Canadá e África do Sul, a prevenção aos jogos de risco recebem a mesma atenção dos governos que a prevenção do suicídio, ou seja, são tratados como problemas de saúde pública. No Brasil, há pouquíssima discussão sobre o tema.

“Nós observamos que os pais têm medo de quando os filhos estão na rua, porque eles podem correr riscos. Risco do assalto, risco do sequestro, de usar drogas, das violências urbanas. Mas, quando o filho está trancado no quarto ou no banheiro, ele está exposto a outros perigos que infelizmente são invisíveis aos pais.

São nesses ambientes que os jogos de risco costumam acontecer”, explica Luísa Maria Freire Miranda, psicóloga que desenvolve em seu mestrado na UFC (Universidade Federal do Ceará) pesquisa sobre os jogos de risco como um fenômeno da atualidade, uma espécie de espetacularização totalmente inconsequente. MIDIAMAX