Guerra comercial e safra na América do Sul: qual o futuro do preço da soja?

A consultoria Safras&Mercado apontou alguns fatores que devem influenciar as cotações da oleaginosa nesta semana17 de março de 2019 às 09:06 
Por Canal Rural

A consultoria Safras&Mercado indica que semana foi de certa recuperação nos contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) com o retorno do otimismo em relação às negociações entre Estados Unidos e China rumo a um acordo comercial.

Embora notícias recentes indiquem que o encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping ocorrerá apenas em abril, as 
negociações continuam evoluindo entre representantes do alto escalão dos governos de ambos os países. A sinalização de um avanço na questão envolvendo a propriedade intelectual, fator-chave das discussões, é bastante positivo.

Apesar de mercado renovar as esperanças, apenas fatos concretos irão trazer fôlego para os preços. A promessa de compras chinesas de soja norte-americana, totalizando 10 milhões de toneladas, precisa evoluir para anúncios oficiais. Até agora, apenas 1 milhão de toneladas foi confirmada.

De acordo com a Safras, é provável que novos anúncios ocorram na próxima semana, o que deverá ser positivo para as cotações, mesmo que de forma limitada. Não ocorrendo anúncios, voltaremos a ver Chicago pressionado.

A safra da América do Sul, que caminha para a reta final de seu desenvolvimento, também é fator de atenção.

A melhora climática registrada desde o início de fevereiro no Brasil parece ter impedido o aumento das perdas produtivas, trazendo um panorama favorável para as lavouras semeadas tardiamente ao redor do país. A expectativa é que não se tenha mais cortes
relevantes e safra brasileira deve se consolidar entre 115 milhões de toneladas e 116 milhões de toneladas.

Na Argentina, a safra se encaminha para ser cheia ou com perdas pouco expressivas, devendo totalizar 55 milhões de toneladas. Neste contexto, a oferta sulamericana deverá ser superior à do ano passado, fator que pesa sobre as cotações internas de Brasil e Argentina.