Futuro da pesquisa florestal está na bioeconomia

Embrapa Florestas chega aos 40 anos com o olhar voltado ao futuro
A economia baseada em sistemas biológicos e de baixo impacto, que vem sendo chamada de bioeconomia, deve orientar os projetos de pesquisa e desenvolvimento e inovação da Embrapa até 2030. Além do potencial ambiental do Brasil, esse direcionamento leva em conta as possibilidades criadas a partir desse novo modelo econômico – como novos insumos da química verde e novos serviços ecossistêmicos – e o atendimento aos compromissos do país com a agenda mundial para o desenvolvimento sustentável.

Esse panorama faz parte de um trabalho realizado pelo Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa, ao longo de dois anos, que envolveu mais de 400 profissionais da instituição, do setor privado e da academia, e estão reunidas no documento Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira, lançado no final de abril, durante as comemorações dos 45 anos da Embrapa.

Segundo o diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Celso Luiz Moretti, o documento aponta sete megatendências para o futuro da pesquisa em agricultura, pecuária e produção florestal. Essas tendências estão associadas a mudanças socioeconômicas e espaciais da agricultura; intensificação e sustentabilidade dos sistemas de produção agrícola; mudanças de clima; riscos na agricultura; agregação de valor às cadeias produtivas agrícolas; à convergência tecnológica e dos conhecimentos na agricultura; e ao protagonismo dos consumidores.

“Nosso entendimento é que a bioeconomia é a agricultura que se conecta com uma multifuncionalidade, não mais dedicada apenas à produção de alimentos, mas à produção de fibras, de energia, de serviços ambientais, serviços ecossistêmicos, biomassa, biomateriais e à química verde”, pontuou Moretti, referindo-se às novas possibilidades que podem estar nas inovações de base florestal.

Balanço

Ao longo de seus 40 anos de atuação em pesquisa florestal, a Embrapa desenvolveu, pelo menos, 1.029 projetos em florestas plantadas, e em agrossilvipastoris. “Hoje, das 42 unidades da Embrapa, quase 30 estão envolvidas na temática de pesquisa, desenvolvimento e inovação florestal”, afirmou Celso Moretti, destacando a importância do setor.

Segundo ele, a formação de parcerias da Embrapa com o setor produtivo foi estratégica para identificação de demandas, a busca conjunta por soluções para os principais problemas, avanços tecnológicos, prospecção de tendências e para contribuir com formulação de políticas públicas para a atividade. “Mais que o esforço em desenvolver projetos, estamos preocupados com a entrega de soluções e inovações, sobretudo em parceria com o setor produtivo.”

Para o chefe-geral da Embrapa Florestas, Edson Tadeu Iede, os resultados significativos alcançados foram fruto de muitas parcerias: primeiro com as universidades, que são responsáveis por formar profissionais e desenvolver conhecimento, transformando esse conhecimento em soluções; em segundo lugar com as associações, que, graças à capilaridade, ajudam a Embrapa a socializar o conhecimento, levando aos produtores os resultados; o terceiro são os órgãos de desenvolvimento e política florestal; e, por fim, o setor privado, que tem competência, empreendedorismo e responsabilidade.

Participaram do evento empresários e dirigentes do setor de base florestal, representantes de empresas públicas ligadas à questão florestal, associações, universidades, políticos, pesquisadores, empregados e aposentados da Unidade.

A realização do evento contou com o apoio da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), Arauco, Berneck, Klabin, Interact Comunicação e Assessoria de Imprensa, Águia Florestal, RMS, Valor Florestal, Reflorestadora São Miguel, Remasa, Chopim Empreendimentos Florestais e Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná.

Fonte: Agrolink