Dólar cai 1% e vale R$ 3,68, menor patamar em quase cinco meses

Terceira queda seguida da moeda norte-americana foi novamente guiada pelo otimismo com o desfecho eleitoral brasileiro

O dólar recuou pela terceira vez seguida e terminou o dia cotado a R$ 3,68, menor patamar em quase cinco meses. A queda foi guiada novamente pelo otimismo com o desfecho eleitoral no Brasil.

Ao final da sessão, a moeda norte-americana caia 1,02%, a R$ 3,6822 na venda, menor patamar desde os R$ 3,6683 de 25 de maio. Nas últimas três sessões, a divisa acumulou perda de 2,56%.

Na mínima do dia, a moeda marcou R$ 3,6652. O dólar futuro recuava cerca de 1,2%.

O mercado doméstico, assim, passou a maior parte do dia na contramão do exterior, com os investidores ainda precificando o otimismo com o desfecho eleitoral no final do mês com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para presidente.

“Acredito que a vitória de Bolsonaro já está no preço e que o piso está entre R$ 3,65 e R$ 3,70. Não vejo fundamento hoje para o câmbio em R$ 3,60 ou R$ 3,55”, avaliou a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.

Para o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, a moeda pode ir para os R$ 3,50 “se ficar clara a aprovação de reformas”. O otimismo recente do mercado decorreu das pesquisas eleitorais que mostram Bolsonaro com ampla dianteira ante Fernando Haddad (PT).

Exterior

O mercado externo, nesta sessão, trouxe influência de alta para o dólar, mas ela não se sustentou. A moeda norte-americana subia ante a cesta de moedas e também ante algumas divisas de países emergentes, como o peso chileno, embora tivesse mostrado mais força ante elas mais cedo.

Os investidores aguardavam a ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve, mas ela não chegou a influenciar o mercado por aqui.

O documento mostrou que todos os membros votantes da instituição apoiaram o aumento da taxa de juros no mês passado e que também concordaram que os custos de empréstimos devem subir mais.

Foi a terceira alta deste ano e a demonstração de unanimidade no encontro de 25 e 26 de setembro pode impulsionar as expectativas de que o comitê de definição dos juros do banco central vai aumentar os juros novamente em dezembro.

Banco Central

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7.700 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 4,62 bilhões do total de US$ 8,027 bilhões que vence em novembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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