Fogo contra fogo: Entenda porque os carros do Ibama foram queimados no Pará

Uma carreta carregada com cerca de dez veículos alugados pelo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) foi incendiada perto da localidade de Cachoeira da Serra, Sudeste do Pará, na rodovia BR-163 na noite de quinta-feira (6). O veículo estava estacionado em um posto de combustível. Segundo o IBAMA, além da carreta, pelo menos oito caminhonetes novas que seriam usadas pelo instituto foram destruídas pelas chamas, mas não há informações de feridos. As causas do incêndio ainda não foram divulgadas.


Como mostro sempre aqui nesta página, e no www.desambientalismo.com, as operações de fiscalização do Ibama na Amazônia tem o foco exclusivo na asfixia da economia tradicional. Ocorre que em muitas regiões da Amazônia, entre elas a região da BR 163, a economia tradicional é a única fonte de emprego e renda disponível.

Repressão ambiental na Reserva Biológica do Gurupi criada sobre região ocupada por colonos amazônidas:

Nunca houve por parte do movimento ambientalista, seja governamental ou não governamental, nenhuma preocupação com a substituição da economia de fronteira, que gera desmatamento, por outra economia sustentável que pudesse absorver os empregos perdidos com o fechamento de serrarias e embargo de áreas.

Relato de uma amazônida de Boca do Acre, no Amazonas:


Na região da BR-163, por exemplo, o Governo criou em 2006 várias unidades de conservação no bojo de um plano chamado Plano de Desenvolvimento Sustentável da BR- 163.

Inicialmente o plano previa ações de incentivo a exploração sustentável de madeiras nas Unidades de Conservação que seriam concomitantes às ações de repressão da economia tradicional. Mas o estado brasileiro nunca implementou as ações de incentivo, emboras as ações de asfixia da economia tradicional sejam frequentes.

Repressão ambiental no estado do Acre:


No município de Novo Progresso, um dos maiores da BR-163, não há hospitais ou escolas públicas de qualidade. A repartição pública melhor estruturada no município é o escritório de Ibama. Não há ambulâncias na cidade, mas o escritório do Ibama dispõe de helicópteros. A segurança pública não tem carros, mas o Ibama tem vários.

Repressão ambiental na região de Marabá, no Pará:


Além disso, as operações do Ibama são eivadas de violência e arbitrariedades. Os fiscais se acham guerreiros de guerra santa contra os destruídores da Amazônia, o que os autoriza a cometimento de arbitrariedades. Mostrei aqui, que até jornalistas que tentam cobrir as operações são violentados pelos fiscais.

A primeira reação da Presidente do Ibama, Suely Araújo, ao tomar conhecimento do incidente com os carros em Cachoeira da Serra, foi mandar suspender as licenças de todas as serrarias da região, inclusive as que operam legalmente. Uma arbitrariedade que gerará mais desemprego e revolta na região.
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O Ibama tem se valido de uma interpretação canhestra da Lei nº 9.605 e do Decreto nº 6.514 para apreender e queimar, veículos, casas e até prédios suspeitos de serem usados em atividades ilegais. O ambientalismo radical luta uma guerra santa na Amazônia contra os amazônidas.

Prédio incendiado por agentes do Ibama e Polícia Federal em uma das regiões mais pobres do Maranhão. Foto tirada em junho de 2016 por Felipe Werneck – Ascom/Ibama

A reação do povo da Amazônia não é novidade. Carros do Ibama já foram queimados em Paragominas, Novo Progresso e Tailândia, no Pará, em Buritis, em Rondônia, em Buriticupu, no Maranhão, em Marcelândia, em Mato Grosso.

O problema é visto como efeito colateral pelos ambientalistas do Governo:
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A região onde os veículos foram incendiados tem sido alvo de bloqueios diários por parte da população local, em reação ao veto do Presidente Michel Temer a uma medida provisória que ajustava uma unidade de conservação à ocupação humana que já existia por ocasião de sua criação em 2006. Os ambientalistas são contra. Querem que as pessoas sejam expulas de suas terras. As pessoas não querem ser expulsas do local onde vivem.

Protesto na BR 163 na segunda, 03 de julho.
Os ambientalistas do governo (leia-se Ibama, ICMBio e Ministério do ½ Ambiente) reconhecem a necessidade da Medida Provisória vetada. A exposição de motivos que acompanhou a medida por Temer reconhecia que o acirramento dos conflitos envolvendo o Ibama e a população local, tanto na gestão das áreas protegidas, como na execução das ações de repressão, havia resultado em “uma escalada na violência contra agentes públicos, com o aumento de confrontos armados, emboscadas, e infelizmente mortes”.

Ainda de acordo com a Exposição de Motivos a “crescente dimensão social” dessa guerra civil teria sido a principal razão para a edição da MP. (Veja aqui a íntegra de exposição de motivos).

O povo da Amazônia está sendo violentado pelas ações do Ibama. A reação é natural.

O que aconteceu em Cachoeira da Serra foi um crime. O que o Ibama faz na Amazônia também é um crime. Na minha opinião, todos os criminosos devem ser punidos.codigoflorestal

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