Encefalite está entre agravamentos da dengue tipo 2, que circula em MS

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O subtipo do vírus causador da dengue foi responsável por casos de dengue hemorrágica nos anos de 2009 e 2010. Por apresentar evolução rápida, com quadro de piora de três a cinco dias, exige que as pessoas procurem atendimento médico assim que surgirem os primeiros sintomas. Os maiores riscos são para idosos e crianças menores de 10 anos.


A epidemia de dengue em MS, que ocupa o terceiro lugar entre os Estados brasileiros, preocupa mais que pelo grande número de notificações de casos suspeitos. O subtipo da dengue que circula no estado, o vírus DEN2, pode ter sintomas mais graves em pacientes que já tiveram o tipo 1.

Neuropediatra alerta para consequências graves da dengue tipo 2, que circula em MS (Foto: Reprodução | Facebook)

Mas, além dos sintomas clássicos, a dengue tipo 2 pode ocasionar situações mais graves, como a encefalite. Ao afetar o sistema nervoso central, o vírus pode causar a inflamação no cérebro ou até mesmo mielite, uma inflamação da medula espinhal.

“Quando a pessoa contraí o vírus pela primeira vez, ela se torne imune a ele. Porém, quando contraí pela segunda vez, a doença pode ser mais agressiva. Os vírus DEN2 e DEN3 podem ultrapassar a barreira que protege o sistema nervoso central. Isso explica porque alguns quadros podem evoluir para encefalite, meningite e polineuropatia”, detalha a neuropediatra Andrea Weinmann.

Alerta aos sintomas

Estima-se que de 1 a 5% dos casos de DEN2 e DEN3 podem evoluir para doenças neurológicas. Por isso, é preciso permanecer atento aos sintomas e, claro, combater os focos do mosquito – 80% deles estão dentro dos domicílios.

“Além de está vulnerável a sofrer uma encefalite ou mielite, quem é contaminado por dengue mais de uma vez pode sofrer reação imunológica no organismo, levando a outras doenças, como a síndrome de Guillian-Barré, por exemplo”, comenta a neuropediatra.

Além dos sintomas já bem conhecidos, como febre, dor de cabeça, cansaço, dores nas juntas e atrás dos olhos, os vírus da dengue tipos 2 ou 3 podem se manifestar de outras maneiras.

(Arte: Guilherme Cavalcante | Midiamax | Fonte: Sesau | PMCG)

“Quando há encefalite, por exemplo, a pessoa pode sofrer convulsões, ter uma redução da consciência, sentir muito sono e perder a força em um dos lados do corpo. Na mielite, o paciente pode até mesmo perder a capacidade de andar”, reforça a especialista.

Weinmann também explica que dor abdominal e vômitos são sinais de atenção, principalmente em crianças com menos de quatro anos. “Estes sintomas são critérios para internação do paciente. Mesmo que a criança ou até mesmo o adulto não tenha febre, mas apresente este quadro, o ideal é internar para impedir uma evolução mais crítica da dengue”, comenta a neurologista infantil.

Pessoas que já contraíram a dengue e apresentam os sintomas, mesmo os mais conhecidos, devem procurar um pronto-atendimento ao apresentar qualquer sinal de comprometimento do sistema nervoso central. Dor abdominal forte e vômitos também são sinais de atenção para agravamento do quadro da dengue. “O ideal é procurar o pronto-socorro para uma avaliação e exames”, reforça Weinmann. MIDIAMAX