Como ter produtividade e evitar perdas no Hortifrúti?

Conhecimento e produto certo são os fatores para um bom desempenho

Os hortifrutigranjeiros estão todos os dias na mesa dos brasileiros mas, por vezes, os assuntos que mais dominam o agronegócio são as grandes culturas como a soja, milho e algodão. O segmento movimenta no setor 13 milhões de empregos diretos e indiretos, mais do que a soja e tem área plantada de 5 milhões de hectares, em todas as regiões do país. São 53 milhões de toneladas anuais, das quais entre 3?% são exportadas. Os dados são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS). Nesta semana (de 26 a 28) os produtores de hortifrúti tiveram a oportunidade de conhecer as novidades, tecnologias e insumos na 26ª Hortitec, em Holambra (SP).

A feira é a maior da América Latina no segmento. Cerca de 430 expositores traziam as melhores tecnologias e como aplicar no campo para um bom desempenho no controle de pragas e, consequentemente, maior produtividade na horticultura. O gerente de Marketing de Hortifrúti, Café e Citros Brasil da Corteva Agriscience, Alison Rampazzo destaca que o produtor de hortifrúti já está buscando inovação. O fato de, muitas vezes, ser um pequeno produtor não significa que não há emprego de tecnologia na atividade. “Pensando nesse cenário nós trouxemos o que há de mais moderno em portfólio e estamos conversando com os produtores para entender o que eles precisam”, afirma.

Rampazzo destaca que o valor agregado aumenta com emprego de inovação como modernos agroquímicos, fertilidade correta de solo e foliar, irrigação e mecanização. “Ele está indo em direção do que o mercado consumidor procura que é qualidade e sustentabilidade. São culturas de alto valor agregado. Enquanto na soja é possível plantar com investimento médio de R$ 3 mil o hectare, na batata são R$ 30 mil/ha e no tomate até R$ 120 mil/há. Por isso é importante não arriscar e perder toda produção com manejo incorreto de pragas,por exemplo”, completa.

Defensivos entram como aliados

O amplo espectro de controle é uma das característica dos inseticidas do grupo das spinosinas , moléculas extraídas de uma bactéria  por fermentação e que têm ação direta em insetos como lagartas, mosca minadora, mosca da fruta e tripes Devido as espinosinas possuírem mecanismo de ação único e diferente, são inseticidas que podem ser utilizados em rotação para manejo da resistência. 

A formulação é exclusiva que contribui para o manejo com segurança.  É o caso de Tracer, Sucess e Delegate, este último com ação para 44 tipos de culturas e ação contra 32 tipos de pragas. O produto foi premiado no Green Chemistry Award, reconhecimento dos Estados Unidos para tecnologias sustentáveis. Rampazzo ressalta que, entre as características diferenciais, estão o efeito de choque, residual prolongado, amplo espectro e baixo período de carência. “Tudo isso nasceu de observação e diálogo”, completa.

A batata e o tomate são as duas hortaliças mais cultivadas no país e sofrem com ataque de doenças que podem levar, em poucas semanas, a perda de 100? lavoura como é o caso da requeima da batata. São 95 mil hectares de batata no Brasil, sendo produzidos por aproximadamente 44 mil produtores. Fatores como a falta de rotação de culturas e a crise econômica contribuem para o aumento de muitos problemas de solo como as doenças bacterianas e fúngicas. É o caso da rizoctoniose também conhecida como crosta negra ou mancha asfalto.

Ocorre em todas as regiões onde se planta batata no mundo. O patógeno costuma atacar desde a raiz até as hastes, causando tombamento, tubérculos aéreos e danos,depreciando o produto final.O fungo também pode atacar a planta já desenvolvida, causando uma crosta negra nos tubérculos, comprometendo a sua formação.Como manejo desta doença a Corteva recomenda a a utilização do fungicida Pulsor que age de forma preventiva e curativa com ação sistêmica em todas as fases do ciclo e é aplicado no sulco de plantio. Em associação entra o inseticida Sabre, sendo o único clorpirifós do mercado com uma formulação a base de água. Além das doenças o cenário também é de expansão da diabrotica ou vaquinha que pode gerar perdas de qualidade e produtividade. 

No caso do tomate uma pesquisa de mercado feita pela Corteva em 2015 apontou que um ciclo tinha em média,  17 aplicações somente para lagarta e 5 para traça. Já no ano de 2018 as aplicações para a traçado tomateiro subiram para uma média de 1 aplicações. O problema está em aplicações com produtos do mesmo grupo químico. Gabriel Dornelas, Agrônomo de Produtos, explica que o ideal é rotacionar com produtos como Delegate, Tracer e Intrepid. No caso do tomate perder uma produção inteira significa muito prejuízo já que o cultivo por pé custa, em média, R$ 10. “O produtor deve pensar na ação preventiva. Quando se fala em doenças ele já veio aprendendo a preservar as moléculas dele com a utilização de um fungicida protetor em mistura com um sistêmico, que é algo muito comum na soja hoje mas no HF já acontece há anos. O cultivo de hortifrúti não tem espaço para amadores. Demanda conhecimento. Mesmo os pouco tecnificados já sabem que perder uma aplicação pode significar toda perda da área”, explica. 

Dornelas ensina como ter mais efetividade no controle de pragas e reduzir o número de aplicações: o primeiro passo é destruir os restos da última lavoura para quebrar o ciclo de pragas. “Muitas vezes o produtor quer aproveitar as últimas pencas da lavoura de tomate para faturar mais um pouco mas tanto na propriedade dele quanto na do vizinho as pragas se movem entre áreas e depois pode ser mais difícil conter”, completa. 

Conhecimento é a palavra

Aproveitando a semana da 26ª Hortitec e as discussões sobre o cultivo de hortaliças com melhor desempenho, o município de Mogi Mirim (SP) recebeu mais uma edição do Agronomy Day. O evento é promovido pela Corteva na Estação Experimental da marca, onde são realizados testes sobre pragas e doenças de todas as culturas do país e o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias. 

Técnicos e produtores tiveram três dias para treinamentos técnicos e educativos em três estações: a primeira identifica e faz o diagnóstico dos problemas enfrentados no campo, de forma a replicar o problema tido no campo e apontar a melhor solução; na segunda fase foram conhecidos os produtos e como tirar o melhor deles; na terceira uma demonstração de como as soluções se encaixam em cada cultura.  Esta edição foi voltada aos inseticidas e fungicidas e os participantes puderam circular por lavouras demonstrativas de batata e tomate. 

O líder de Agronomia da Corteva, Marcus Santos, destaca que o evento foi pensado para trazer o que é mais relevante para o produtor de hortifrúti trazendo a ideia de que a marca entende o problema vivido no dia a dia das plantações, estabelecendo conexões e, assim, desenvolver soluções. “A gente pensa, de forma responsável e certa, para que não haja prejuízo nem falte informação. O segmento é muito dinâmico. O nosso trabalho é difundir a tecnologia para que o produtor possa crescer”, ressalta.

Neste ano estão programadas 30 edições do Agronomy Day, em diversos estados brasileiros, com programações para soja, milho, cana-de-açúcar, hortifrúti e pastagem,em alguns casos integrando agroquímicos e sementes. “Pensamos que em todas áreas que atuamos devemos oferecer as melhores opções”, destaca Santos.

Veja nos vídeos um resumo da 26ª Hortitec e do Agronomy Day.

Fonte: Agrolink