Cientistas descobrem um potencial novo antibiótico dentro do nariz

Cientistas na Alemanha descobriram uma bactéria dentro do nariz das pessoas que produz um componente antibiótico que pode matar diversos patógenos perigosos, inclusive a superbactéria MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina).
A descoberta, ainda preliminar, foi divulgada em artigo da revista “Nature” nesta quarta-feira (27) e pode levar um dia a uma nova classe de antibióticos capazes de lutar contra infecções por bactérias resistentes, segundo os pesquisadores.
Além de ser um ponto focal para muitas infecções virais, a cavidade nasal também é um rico ecossistema para cerca de 50 bactérias diferentes, segundo a principal autora do estudo, Andreas Peschel, pesquisadora da Universidade de Tuebingen.
“Esta é a razão por que olhamos para esta parte do corpo em particular. Isso nos levou a algumas descobertas muito inesperadas e empolgantes que podem ser muito úteis na busca por novos conceitos para desenvolvimento de antibióticos.”
A maior parte dos antibióticos descobertos e desenvolvidos até agora foram isolados de bactérias que vivem no solo ou outros ambientes, mas os pesquisadores dizem que esta descoberta ressalta a importância do microbioma humano como uma potencial nova fonte.
“O corpo humano tem muitos nichos ecológicos diferentes”, diz Peschel. “Talvez este seja o lugar certo para procurar por novos antibióticos para uso humano.”
O componente descoberto pelos cientistas recebeu o nome de lugdunin. “Lugdunin é um exemplo que conseguimos caracterizar. Temos certeza que há outros para descobrir.”
Lugdunin é produzido pela bactéria Staphylococcus lugdunensis, que vive no nariz. Em experimentos com camundongos, a equipe de Peschel mostrou que a substância consegue tratar efetivamente uma infecção de pele provocada pela bactéria Staphylococcus aureus, que pode provocar infecções graves.
Eles também descobriram que o lugdunin foi efetivo contra uma grande variedade de bactérias incluindo cepas da superbactéria MRSA.
A pesquisadora destacou que a pesquisa ainda está em estágio preliminar e que a equipe vai precisar de anos de trabalho, provavelmente com uma empresa farmacêutica, antes de um novo antibiótico poder ser desenvolvido e testado em ensaios clínicos.
Fonte: G 1