Dólar termina a semana em alta, de olho em projeções sobre juros nos EUA

O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (19), acompanhando uma correção global, depois de cair ao menor nível em cinco meses no dia anterior repercutindo declarações de autoridades do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos). A moeda norte-americana subiu 0,48%, a R$ 3,7457. Na semana, o dólar avançou 0,2%.

No dia anterior, o dólar recuou com a declaração do presidente do Fed de Nova York, John Williams, de que as autoridades não podem esperar que ocorra um desastre econômico para adotarem estímulo – ou seja, baixarem os juros norte-americanos. Pouco após a declaração de Williams, o vice-presidente do Fed, Richard Clarida, também disse que os estímulos não devem aguardar até que os dados sofram virada decisiva.

Mercados globais interpretaram as declarações como indicações fortes de que o Fed optaria por um corte mais intenso de juros, acima da redução de 0,25 ponto percentual que investidores projetavam. No entanto, no fim do dia um representante do Fed de Nova York esclareceu que as declarações de Williams não se referiam a um direcionamento da política monetária, o que levou o dólar a recuperar suas perdas.

Neste pregão, ocorria um reposicionamento global das apostas quanto ao corte de juros que o Fed fará, com investidores voltando a se concentrar em uma redução de 0,25 ponto percentual. “(Dólar) voltou naturalmente com a sinalização de que, se (o Fed) cortar, será em 0,25 ponto percentual, e não 0,5 ponto. Com o Fed sendo mais conservador no corte, voltou a valorizar o dólar”, explicou à Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investidores. Isso motivaria uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real. Mas se, ao contrário, o Fed decidir não aumentar os juros agora, recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro, tendem a não migrar para aos Estados Unidos, o que afastaria essa pressão de alta do dólar em relação a outras moedas.

Fonte: Fiems