Banco dos BRICS já prepara sistema próprio de pagamentos para abandonar o dólar

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco dos Brics, está avançando em seus planos de realizar operações financeiras sem a necessidade do dólar. Segundo Yury Ushakov, assessor do Kremlin, informado pela agência de notícias russa TASS e confirmado por fontes brasileiras ao Estadão, o banco está criando um sistema de pagamento baseado em […

Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco dos Brics, está avançando em seus planos de realizar operações financeiras sem a necessidade do dólar.

Segundo Yury Ushakov, assessor do Kremlin, informado pela agência de notícias russa TASS e confirmado por fontes brasileiras ao Estadão, o banco está criando um sistema de pagamento baseado em blockchain e outras tecnologias digitais.

Essa iniciativa reflete a aspiração de longa data dos países membros do Brics—Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul—de reduzir a dominância brutal do dólar nas transações internacionais.

A questão ganhou nova urgência diante da possibilidade de Donald Trump retornar à presidência dos Estados Unidos, cujas políticas protecionistas poderiam intensificar as tensões comerciais, especialmente com a China e a Rússia.

O grupo, que atualmente passa por uma fase de expansão para incluir novos membros como EgitoEtiópiaArábia SauditaEmirados Árabes Unidos e Irã, tem trabalhado para aumentar sua influência nos sistemas financeiro e monetário globais.

Vale lembrar que durante um encontro do bloco em Joanesburgo foi reforçada a intenção de promover acordos em moedas nacionais e fortalecer as redes bancárias entre os membros para assegurar a segurança das transações internacionais.

A proposta de desenvolver um arranjo de reservas contingentes que minimize a dependência do dólar americano está alinhada com os objetivos do NDB desde sua fundação em 2015.

Além disso, a utilização de uma criptomoeda própria dos BRICS tem sido considerada como meio de facilitar o comércio entre os países membros, promovendo uma economia mais independente e resiliente a influências políticas externas.

Crédito/Foto: Diogo Zacarias/MF