Prosseguir recomenda “fechar tudo” na Capital e mais 3 cidades

*O Governo estuda impor a espécie de lockdown para todo o Estado. Após reuniões nesta semana, prefeituras do interior elaboraram proposta de decreto, prevendo o fechamento do comércio e a unificação do horário do toque de recolher.

Prosseguir recomenda “fechar tudo” na Capital e mais 3 cidades
Capital, Costa Rica, Bela Vista e Aral Moreira têm risco extremo de transmissão da covid, aponta levantamento
Por Anahi Zurutuza | 24/03/2021 09:46

Avenida Afonso Pena na madrugada de segunda-feira, primeiro dia de «feriadão anticovid» em Campo Grande.
Em Campo Grande, Costa Rica, Bela Vista e Aral Moreira, o risco de contrair a covid-19 é “extremo”. A Capital e as outras três cidades do interior receberam bandeira cinza do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança da Economia), conforme documento enviado aos municípios pelo Governo de Mato Grosso do Sul na noite dessa terça-feira (23). A recomendação para quem recebe a classificação mais grave é “fechar tudo”.


A reunião do Prosseguir, que normalmente ocorre às quartas-feiras, foi antecipada para ontem diante do agravamento da pandemia no Estado, que em março bateu recordes trágicos, de pessoas internadas e mortes, além de lotar hospitais ao ponto de Mato Grosso do Sul ser a unidade da federação com a mais alta taxa de ocupação de leitos do País, conforme boletim extraordinário divulgado pela Fiocruz. O “mapa da covid” no Estado foi despachado ontem mesmo a algumas administrações estaduais, embora o Estado ainda não tenha feito a publicação oficial.

Para as cidades que ganham bandeira cinza, o Governo recomenda que sejam proibidos eventos culturais, esportivos e de lazer, celebrações, velórios, capacitações presenciais, e que bibliotecas e museus, teatros, cinemas, parques públicos, feiras de negócios e locais para práticas esportivas coletivas sejam fechados.

Capital isolada – No dia 18 de março, quando foi divulgada a última atualização do Prosseguir, mais da metade (44) dos municípios recebeu bandeira vermelha, indicando risco alto de contágio com o novo coronavírus. Campo Grande era a única que havia ganhado bandeira cinza – risco extremo – e não tinha essa classificação desde 17 de dezembro, no segundo ápice da pandemia no Estado.

Para não agravar o colapso no sistema de Saúde desde segunda-feira (22), Campo Grande endureceu medidas restritivas, antecipando o toque de recolher – em vigor das 20h às 5h – e quatro feriados municipais para esta semana, liberando para funcionar somente atividades essenciais e as que funcionarem no sistema delivery.

O Governo estuda impor a espécie de lockdown para todo o Estado. Após reuniões nesta semana, prefeituras do interior elaboraram proposta de decreto, prevendo o fechamento do comércio e a unificação do horário do toque de recolher. O Campo Grande News apurou ontem (23) que a proposta é de restrições por 14 dias, mas o martelo ainda não foi batido.

No interior – Secretário de Saúde em Costa Rica desde segunda-feira, Jesus Queiroz Baird, confirmou que teve acesso ao novo mapa, produzido antecipadamente, ainda ontem. Ele espera, porém, diretrizes do Governo do Estado para junto com o prefeito, Cleverson Alves (PP), decidir quais providências tomar. “Queremos seguir um protocolo unificado. Não adianta tomar medida isolada, porque seria enxugar gelo”, justifica.

É a primeira vez que Costa Rica, cidade com 1.566 casos positivos e 29 óbitos desde o início da pandemia, entra do grau máximo de risco para contágio. Na cidade do nordeste do Mato Grosso do Sul, 100% dos leitos estão ocupados – são 10 clínicos e mais 10 UTIs (Unidade de Tratamento Intensivo) na Fundação Hospitalar.

Baird diz que pretender criar estrutura de campanha para o atendimento pré-hospitalar de pacientes diagnosticados com a covid-19, uma forma de amenizar a carga para o hospital. “Fora isso, vamos reforçar o rastreamento de casos e através dos nossos agentes de saúde, garantir que os positivos cumpram o isolamento. Já estamos trabalhando no combate a aglomerações com equipes da Vigilância Sanitária e com auxílio da PM (Polícia Militar). – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS