Milho segue subindo no físico, mas cai na B3 pela 1ª vez em 10 dias

A terça-feira (18) chega ao final com os preços do milho valorizados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.

Já as altas apareceram em Pato Branco/PR (1,05% e preço de R$ 48,20), Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Cafelândia/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Eldorado/MS, Porto Santos/SP, Porto Paranaguá/PR (1,79% e preço de R$ 57,00), Panambi/RS, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Rio do Sul/SC, Brasília/DF e São Gabriel do Oeste/MS (4,65% e preço de R$ 45,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, houve poucos negócios no mercado físico no início desta semana. “O produtor estava mais cauteloso que o normal com o a pressão cambial que foi desenhada entre o final da semana anterior e esta segunda-feira”.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, quem ainda tem milho disponível neste momento já está capitalizado não tem pressa de vender. “Na medida em que a indústria precisa se abastecer ela tem que pagar mais. Hoje no Rio Grande do Sul, por exemplo, temos negócios entre R$ 53,00 e R$ 60,00 nas indústrias de ração”.

Apesar disso, Brandalizze alerta que o setor de rações tem um limite para chegar nos preços, mesmo com os patamares das carnes em alta. “O setor industrial não vai pagar mais na matéria prima do que fatura na venda. O espaço para novas altas não é grande nesse momento”.

B3

Os preços futuros do milho tiveram um dia de baixa na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações negativas entre 0,66% e 2,58% por volta da 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento setembro/20 era cotado à R$ 59,07 com queda de 1,88%, o novembro/20 valia R$ 58,16 com desvalorização de 2,58%, o janeiro/21 era negociado por R$ 58,70 com perda de 1,34% e o março/21 tinha valor de R$ 57,55 com baixa de 0,66%.

Assim como os contratos do cereal brasileiro, o dólar também perde força nesta terça-feira com queda de 0,74% e cotação à R$ 5,46por volta das 16h35 (horário de Brasília).

Essas são as primeiras quedas para o milho na B3 após contabilizar nove dias seguidos de ganhos para os contratos futuros do cereal brasileiro.

Mercado Externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) também contabilizou desvalorizações para os preços internacionais do milho futuro nesta terça-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 2,50 e 4,00 pontos ao final do dia.

O vencimento setembro/20 foi cotado à US$ 3,27 com desvalorização de 4,00 pontos, o dezembro/20 valeu US$ 3,41 com perda de 3,00 pontos, o março/21 foi negociado por US$ 3,54 com baixa de 2,50 pontos e o maio/21 teve valor de US$ 3,61 com queda de 2,50 pontos.

Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 1,21% para o setembro/20, de 0,87% para o dezembro/20, de 0,56% para o março/21 e de 0,82% para o maio/21.

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos Estados Unidos caíram na terça-feira, depois de atingirem seu maior valor em mais de um mês, já que os rendimentos mais altos estimados em uma excursão anual da safra do Meio-Oeste diminuíram a preocupação com os danos da tempestade em todo o Cinturão do Milho.

“Fortes perspectivas de rendimento de milho encontradas em Ohio e Dakota do Sul pelo Pro Farmer Midwest Crop Tour na segunda-feira pressionaram os mercados. A excursão projetou a produção de milho de Ohio em 167,69 bushels por acre e a de Dakota do Sul em 179,24, ambos acima das médias da excursão do ano recente”, reporta Christopher Walljasper da Reuters Chicago.

O relatório semanal de progresso da safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) também indicou condições positivas, apesar da tempestade de vento Derecho de 10 de agosto que danificou as safras, com 69% da safra de milho dos EUA em condições boas a excelentes, ante 71% na semana anterior, mas acima uma média das expectativas comerciais.

“Sim, houve danos lá, estamos reconhecendo isso. Mas acho que é exagero”, disse Joe Davis, diretor de vendas de commodities da Futures International.

A publicação destaca ainda que o milho encontrou apoio subjacente na confirmação do USDA de que os exportadores privados venderam 325.000 toneladas de milho dos EUA, incluindo 195.000 para a China