Perder parceiro pode ser prejudicial para a saúde e levar à morte

A síndrome do ‘coração partido’ é uma condição médica documentada, que consiste num tipo de cardiomiopatia provocada por stress e ansiedade extremos

Esta condição foi identificada pela primeira vez em 1990, no Japão. Na altura, para os investigadores um ‘coração partido’ assemelhava-se de tal modo com uma armadilha de polvo japonesa denominada takotsubo, que a doença começou a ser chamada de cardiomiopatia de Takotsubo.

De acordo com o cardiologista e escritor norte-americano Sandeep Jauhar: “o coração realmente muda de forma em resposta a uma perturbação emocional aguda, como após o rompimento de um relacionamento romântico ou a morte de um ente querido”. 

Todavia, na grande generalidade dos casos, quando o stress emocional agudo acaba, o coração recupera e volta à sua forma normal.

“Tive pacientes que desenvolveram insuficiência cardíaca congestiva aguda, arritmias com risco de vida, e até morte por essa condição”, partilhou Jauhar.

“Acho que é o exemplo mais claro de como as nossas vidas emocionais afetam diretamente os nossos corações”. 

A síndrome do ‘coração partido’ afeta mais comummente as mulheres, como em 90% dos casos, pessoas com historial de problemas neurológicos, como convulsões e que sofrem de problemas de saúde mental.

‘Efeito viuvez’: Entenda

Segundo a CNN, vários estudos apontam que existe outra realidade médica que pode surgir associada ao término de uma relação longa.

“O aumento da probabilidade de uma pessoa viúva recentemente morrer – muitas vezes chamada de ‘efeito da viuvez’ – é um dos exemplos mais bem documentados do efeito das relações sociais na saúde”, escreveram os investigadores Nicholas Christakis, diretor do Laboratório da Natureza Humana na Universidade de Yale, e Felix Elwert, professor de sociologia da Universidade de Wisconsin, ambas as instituições nos Estados Unidos, num estudo publicado em 2008.

A probabilidade de um idoso morrer vítima de qualquer causa aumenta entre 30% e 90% nos primeiros três meses após a morte do cônjuge e decresce para aproximadamente 15% nos meses seguintes.

O ‘efeito da viuvez’ foi documentado em todas as faixas etárias e raças ao redor do mundo.