La Niña vai durar até outono de 2022, diz órgão de meteorologia dos EUA

Simulação mostra chuva acima da média nas regiões Norte e Nordeste e na faixa norte do Sudeste e Centro-Oeste, entre dezembro de 2021 e fevereiro do ano que vem; outras áreas podem ter estiagem

De acordo com o mais recente relatório do NOAA, departamento de meteorologia dos Estados Unidos, o La Niña que está atuando nesta primavera vai se prolongar até o outono de 2022. A temperatura do oceano Pacífico se encontra mais baixa do que o normal para época do ano, caracterizando um fenômeno La Niña moderado. A novidade é que o resfriamento prosseguirá além do verão, avançando pelo ano que vem. De acordo com o NOAA, há 50% de chance de manutenção do fenômeno no outono.

A simulação canadense CanSIPS mostra um padrão típico do fenômeno no Brasil, com chuva acima da média nas regiões Norte e Nordeste e na faixa norte do Sudeste e Centro-Oeste entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022. Por outro lado, a região Sul e os estados de São Paulo e de Mato Grosso do Sul vão receber menos chuva que o normal, com chance de algumas estiagens regionalizadas.

A temperatura vai permanecer próxima ou abaixo da média na maior parte do país, seja pela presença de ondas de frio mais intensas ou pela chuva persistente. O calor acima do normal vai predominar apenas no leste da região Nordeste e no Rio Grande do Sul.

La Niña e milho

Em relação aos efeitos do La Niña no outono e os impactos para a segunda safra de milho, o meteorologista Celso Oliveira, da Climatempo, garante que a cultura não será tão penalizada quanto no ciclo anterior. “O milho segunda safra vai conseguir ser instalado bem mais cedo em 2022, porque vai ter mais umidade”, diz ele.
A atenção deve ficar voltada para áreas do Paraná e de Mato Grosso do Sul, que vão sentir a diminuição da chuva entre abril e meados de maio. Há chance de frio antecipado, embora os modelos numéricos de previsão de tempo e clima ainda não estejam visualizando isso. “Há riscos de geadas a partir do fim de maio, momento em que o milho ainda estará em desenvolvimento em Mato Grosso do Sul e Paraná”, diz Oliveira. CANAL RURAL