Santos atropela Boca e faz clássico contra o Palmeiras na final da Libertadores

No próximo dia 30, o Santos estará de volta ao Maracanã, desta vez para a final da Copa Libertadores

No próximo dia 30, o Santos estará de volta ao Maracanã, desta vez para a final da Copa Libertadores. Uma decisão que, apesar de sediada no carioquíssimo palco, celebrará a primeira edição do torneio decidida entre clubes paulistas, garantindo um lugar ao futebol do estado no Mundial, em fevereiro.

A equipe do técnico Cuca confirmou a vaga na final contra o Palmeiras nesta quarta-feira (13), ao vencer o Boca Juniors (ARG) por 3 a 0, na Vila Belmiro. O primeiro jogo entre as equipes, na Bombonera, havia terminado 0 a 0.

Assim como fez diante do Grêmio, na Vila, o Santos iniciou o jogo pressionando forte o adversário. Com apenas 30 segundos, Marinho já tinha acertado a trave de Andrada.

A pressão santista funcionou, e o time alvinegro chegou ao gol. Após boa troca de passes pelo alto, Soteldo recebeu na esquerda da área, cortou pra dentro e chutou. A bola pegou na mão de Lisandro López e sobrou para Pituca, que bateu cruzado no rebote e abriu o placar, aos 15 minutos do primeiro tempo.

Os alvinegros repetiram a fórmula no início da etapa final. Em cinco minutos, Soteldo e Lucas Braga decidiram a série e confirmaram a presença do Santos no Maracanã daqui a duas semanas.

Aos 3 do segundo tempo, depois de recuperar a bola no campo de ataque, Soteldo recebeu na esquerda, cortou de novo para dentro e chutou forte para marcar o segundo. Na sequência, aos 5, Marinho invadiu a área pela direita, deixou Izquierdoz no chão e cruzou para Lucas Braga, que desviou para o gol.

Apesar do ineditismo de dois paulistas na final, ter brasileiros na decisão continental, entretanto, não é uma novidade.
São Paulo e Athletico-PR decidiram o torneio em 2005, com vitória tricolor. No ano seguinte, os são-paulinos voltaram a ser finalistas, mas perderam para o Internacional.

O Santos, que disputará sua quinta final (1962, 1963, 2003, 2011 e 2020), terá a oportunidade de se colocar como o brasileiro com mais títulos de Libertadores. Tricampeão, o clube alvinegro tem o mesmo número de taças de São Paulo e Grêmio.

A classificação à final deste ano evocou memórias viscerais da rica trajetória santista na Copa Libertadores.
O Boca, superado pelo Santos nesta quarta, foi o adversário da final de 1963, em que os paulistas conquistaram o bicampeonato.

Campeão da edição anterior, o clube entrou direto na fase semifinal e bateu o Botafogo, seu grande rival nacional na década de 1960, para ir à decisão. No jogo da ida, vitória por 3 a 2 com gols de Coutinho (dois) e Lima. O palco? Maracanã.

O mesmo Boca entrou no caminho dos santistas em 2003, no retorno do clube à final da Libertadores depois de 40 anos. O desfecho, porém, não foi favorável aos brasileiros.

O Santos perdeu o primeiro jogo da final, em Buenos Aires, por 2 a 0, com dois gols de Marcelo Delgado. Na segunda partida, disputada no Morumbi, os argentinos aprontaram de novo.

Carlitos Tevez, então um jovem atacante surgido nas categorias de base, abriu o placar para o Boca. Delgado ampliou a vantagem antes do zagueiro Alex descontar, mas era tarde demais. Schiavi, de pênalti, deu números finais ao jogo.

Apesar de já terem passado 17 anos, a lembrança daquela conquista estava muito viva no coração do torcedor boquense. Justamente pela presença de Tevez, que desde que voltou ao clube, em 2018, tenta liderar a missão de chegar ao topo da América mais uma vez. O Santos de Cuca, porém, tinha o mesmo plano.

Quando foi contratado para o lugar do português Jesualdo Ferreira, o treinador de 57 anos reuniu o elenco santista no auditório do centro de treinamento e projetou: “Estaremos entre os oito primeiros no Campeonato Brasileiro e seremos finalistas da Libertadores”.

A primeira promessa já não importa tanto quanto a ilusão de coroar com um título a segunda. Ser campeão de novo, como foi em 2011 com a geração liderada por Neymar ou nos anos 1960 com Pelé e companhia é o objetivo do clube e o sonho de todos os alvinegros, dos mais velhos aos mais jovens.

Campeão em 2013 com o Atlético-MG, Cuca sabe o caminho. Sob seu comando, a equipe está a um jogo de se consagrar novamente em um gramado com tanto significado para a história do clube. No Maracanã, o Santos vai em busca da glória eterna.

SANTOS
João Paulo, Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan (Madson); Alison (Balieiro), Diego Pituca (Sandry) e Soteldo (Jobson); Marinho, Lucas Braga (Jean Mota) e Kaio Jorge. Técnico: Cuca

BOCA JUNIORS
Andrada, Jara (Buffarini), Lisandro López, Izquierdoz e Fabra; Campuzano, González (Capaldo), Salvio (Más) e Villa; Tévez e Soldano (Ábila). Técnico: Miguel Angel RussoEstádio: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Assistentes: Alexander Guzman e John Leon (ambos da COL)
VAR: Julio Bascuñan (CHI)
Cartões amarelos: Diego Pituca (S); Salvio e Izquierdoz (B)
Cartões vermelhos: Fabra (B)
Gols: Diego Pituca, aos 15min do primeiro tempo; Soteldo, aos 3min, e Lucas Braga, aos 5min do segundo tempo