Distrito portuário permitirá a MS dobrar exportação de grãos

Terminal vai encaminhar 500 mil toneladas do grão para a Argentina até o fim do ano
07/04/2020 12:00 – Ricardo Campos Jr CORREIO DO ESTADO


O primeiro embarque será feito nesta semana – Divulgação / Semagro

Graças ao distrito portuário de Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul vai dobrar as exportações de grãos este ano. O terminal construído pela FV Cereais e aberto no último dia 17 de março, vai encaminhar 500 mil toneladas do grão para a Argentina nos próximos oito meses.

O primeiro embarque será feito nesta semana, de 29 mil toneladas. Para 2020, o local deve encaminhar 1,5 milhão de toneladas da oleaginosa ao exterior.

A empresa planeja construir mais um armazém, aumentando a capacidade do distrito portuário para 60 mil toneladas. 

O Governo de Mato Grosso do Sul pretende consolidar Porto Murtinho como uma “nova Paranaguá”, já que existem outros dois projetos de terminais em execução. Além disso, pelo local também irá passar a Rota Bioceânica, que ligará o Atlântico ao Pacífico, do Brasil ao Chile. 

A cidade fronteiriça tem uma localização estratégica. Nela, o produtor tem um ganho adicional de U$ 10 por tonelada. 

OTIMISMO

Essas projeções se mantêm mesmo diante da pandemia de coronavírus. Isso porque a Argentina começou a buscar a soja brasileira para abastecimento após o aumento de impostos local. 

O escoamento será feito via Murtinho, com bons preços e melhor logística. O primeiro embarque será nesta semana. Devem haver mais três comboios em abril. 

A construção do contorno rodoviário, ligando a BR-267 ao distrito portuário vai garantir o fluxo permanente de cargas. 

O novo momento de Porto Murtinho, com a expansão portuária, agrega um empreendimento privado de R$ 16 milhões que dará suporte e controle do fluxo de cargas: o Terminal de Triagem Mecari, que conta com um pátio para estacionamento rotativo de 400 caminhões. O sistema, situado ao lado da BR-267, próximo à entrada da cidade, também entrou em operação em março e projeta ampliação para atender a demanda da Rota Bioceânica.

Segundo informações do Governo, o terminal já controla a entrada de caminhões, evitando filas e desconforto para os motoristas e população no perímetro urbano, e mantém obras em execução.