Cai lotação de UTIs para Covid, e só MS e DF têm taxas de 80% ou mais

Na semana anterior, eram três os estados, além do Distrito Federal, com alta taxa de UTIs em uso

Na semana anterior, eram três os estados, além do Distrito Federal, com alta taxa de UTIs em uso.

O Distrito Federal mantém situação preocupante, com 84% dos leitos com pacientes graves.

No total, a unidade da Federação conta com 103 leitos para adultos. Do total, 87 estavam ocupados e apenas 1, liberado. Os outros 15 aguardavam liberação ou estavam bloqueados.

Neste último caso, o leito está sendo preparado para receber novo paciente, passando por desinfecção ou com manutenção em algum equipamento.

O DF tem 18 leitos de UTI neonatal e pediátrico –14 estavam ocupados. O número de leitos adulto e pediátrico continua o mesmo da semana anterior.

Mato Grosso do Sul tem 80% dos leitos de UTI para Covid ocupados, índice que chega a 100% nas unidades pediátricas. A situação epidemiológica do estado ainda preocupa. Nesta terça-feira (22), foram registradas 2.742 novas infecções em 24 horas, um aumento de 112% em relação ao último dia 14.

Nessa data, o estado contabilizou 1.293 casos da doença. Atualmente, a média móvel é de 3.061 infecções em sete dias. Na capital Campo Grande, a taxa de ocupação das UTIs saltou de 92% para 98% em uma semana.

O estado ainda mantém ativo seu hospital de campanha para pacientes com Covid, por causa da demanda que chega à rede de saúde.

Entre as medidas de prevenção contra a doença, o Governo de Rondônia vem realizando testes rápidos para Covid-19 pelo sistema drive-thru em cidades do estado. No fim de semana, os testes foram aplicados em Campo Novo. Ao todo, 144 pessoas foram submetidas ao teste, com resultado positivo para 18.

A ocupação de UTIs para adultos também recuou no Espírito Santo, de 79% para 72% no período. Tanto em Rondônia como no Espírito Santo não houve aumento no número de vagas, o que poderia contribuir para redução no percentual de uso.

No estado do Rio de Janeiro, a ocupação de UTIs continua em queda desde o final de janeiro, variando de 52% para 46% na última semana mesmo com o fechamento de alguns leitos. Na capital fluminense, porém, houve um leve aumento, de 66% para 72%.

Nesta segunda-feira (21), o estado de São Paulo tinha 2.615 pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 internados em leitos de terapia intensiva e ocupação de 53,91% –queda de 5,62% se comparado com o dia 14, quando as UTIs Covid estavam com 3.226 hospitalizados e taxa de 59,53%.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, no domingo (13), 27 hospitais estaduais com caráter regional situados no estado registravam ocupação superior ou igual a 90% nos leitos de UTI exclusivos para Covid-19; no dia 7, eram 33.

Ainda de acordo com a pasta, São Paulo conta com cerca de 800 leitos pediátricos de enfermaria, com ocupação de 81,9%, e 400 leitos de UTI, em média, com ocupação de 63,3%.

Para o médico, diante do total de infectados, “nessa leva atual é improvável que até o feriado de Carnaval tenhamos grande impacto e pressão causada pela ômicron”.

Para o especialista, algumas questões merecem atenção, como o grande número de não vacinados com a terceira dose, que ficam mais vulneráveis às formas graves da doença, e a introdução da subvariante BA.2, da ômicron, com potencial para causar infecção ou reinfecção.

Em Pernambuco, a taxa de ocupação de leitos caiu de 88% para 81% em uma semana. Ao todo, são 1.056 leitos do tipo, 11 a mais do que na semana passada.

Em paralelo, o final do mês de fevereiro conta com o Carnaval. Mesmo com o cancelamento de festas públicas e privadas, a orientação de especialistas em saúde é evitar aglomerações no período.

“Evitar aglomeração e priorizar ambientes abertos e bem ventilados são as recomendações. Mesmo com redução de casos, temos que evitar a circulação do vírus”, afirma o médico infectologista Bruno Ishigami.

No intervalo de uma semana, de 14 a 21 de fevereiro, a ocupação dos leitos de UTI pediátricos se manteve acima dos 80% na Bahia. No período, a taxa saltou de 84% para 89% das 44 vagas ativas no estado, segundo a Secretaria da Saúde da Bahia.

Para a secretária Adélia Pinheiro, a situação é de alerta não só para o público infantil, mas para as demais faixas etárias. Na avaliação da gestora, a alta ocupação dos leitos pediátricos é impulsionada pela variante ômicron, aliada à baixa procura pela vacina.

“Temos um público elegível de cerca de quase um milhão de crianças na faixa de 5 a 11 anos, mas apenas cerca de 500 mil estão imunizadas com a primeira dose”, calcula. “A vacina é um direito das crianças, que estão sob responsabilidade de pais e familiares.”

Ainda na região Nordeste, o número de leitos de UTI para adultos foi reduzido de 462 para 338 no Ceará. Apesar disso, a taxa de ocupação caiu quatro pontos percentuais, de 68% para 64%, de acordo com a Secretaria da Saúde do estado.

Na capital Fortaleza, os leitos de UTI para adultos tiveram uma redução de 237 para 155 vagas. Da mesma forma que o restante do estado, a capital acompanha o ritmo de queda na taxa de ocupação, que passou de 70% para 65%.

No Rio Grande do Norte, a taxa de ocupação de leitos críticos é de 50,5% considerando leitos ocupados e disponíveis no painel do estado –a conta desconsidera seis leitos apontados como bloqueados.

A taxa teve queda se comparada ao cenário da semana passada, quando chegava a 77,2% de ocupação. Nas UTIs pediátricas estaduais, a ocupação também caiu, passando de 53,8% para 30,7%.

Para a coordenadora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde Pública, Kelly Lima, o cenário atual reforça a importância de completar esquemas vacinais.

“Mesmo com aumento no número de casos no ano de 2022, tivemos baixa letalidade e isso, necessariamente, devido ao processo de vacinação em curso no estado”, diz ela. “Ele é fundamental para passarmos por esse momento crítico pandêmico.”

No Rio Grande do Sul, a ocupação total de UTIs públicas é de 57,3%, segundo o painel estadual – 44 hospitais, porém, estavam com dados em atraso, o que pode afetar o cenário geral. Nesta terça-feira (22), o estado registrou 13.244 novos casos de Covid-19 e confirmou 56 mortes.

Nos outros estados da região Sul, o Paraná registrou ocupação de 67% nas UTIs públicas no início desta semana, enquanto em Santa Catarina, a taxa é de 60%, de acordo com os dados dos painéis estaduais.

A ocupação de leitos também despencou em Goiás, de 82% para 71% em uma semana. Mais dez leitos foram criados, totalizando 245. Em Goiânia, maior cidade do estado, a ocupação continua estável e oscilou de 73% para 72% no período, com os mesmos 190 leitos disponibilizados.