Dólar tem forte alta e fecha a R$ 4,06, em meio a ajustes e cautela no exterior

Nesta segunda-feira, moeda norte-americana subiu 1,58%, a R$ 4,0657, e foi ao maior patamar de fechamento desde 20 de maio.

O dólar fechou em forte alta nesta segunda-feira (19), em um cenário ainda marcado por temores sobre uma desaceleração da economia global e com o fortalecimento da moeda norte-americana no exterior diante de discussões sobre o espaço para mais cortes de juros nos Estados Unidos.

A moeda norte-americana subiu 1,58%, a R$ 4,0657. Na máxima, chegou a R$ 4,0743. Veja mais cotações. É o maior patamar de fechamento desde 20 de maio (R$ 4,1033).

Na sexta-feira, o dólar caiu 1,21%, a R$ 3,9896.

Em agosto, a moeda norte-americana já subiu 6,48%. No ano, acumula alta de 4,94%.

A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2019 subiu de R$ 3,75 para R$ 3,78 por dólar, segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda.Recomendado para você

Cenário externo

Mais cedo, o dólar chegou a cair a uma mínima de R$ 3,9911, com os mercados avaliando notícia de que o banco central da China apresentou uma importante reforma dos juros no sábado para ajudar a reduzir os custos de empréstimo para empresas e sustentar a economia, que vem sendo afetada pela guerra comercial com os EUA.

Os debates sobre estímulos por parte de outras economias, como China e Alemanha, combinados com algumas dúvidas sobre a disposição do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) em ser mais agressivo em eventual novo afrouxamento monetário davam fôlego ao dólar, num momento em que dados nos EUA voltaram a destacar a força da economia norte-americana frente ao restante do mundo.

“(Recentes) Dados robustos de consumo e inflação nos EUA enfraqueceram a possibilidade de que o Fed vai cortar os juros preventivamente, mantendo o tema sobre inversão das curvas de juros, saídas de recursos de emergentes e mercados de ações mais fracos”, disseram estrategistas do Morgan Stanley em nota a clientes, segundo a agência Reuters.

O tom de dúvida sobre um Fed mais disposto a cortar os juros era reforçado nesta tarde por comentários do presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren. Mesmo não sendo membro votante do Fomc (Comitê de Política Monetária, responsável pela definição das taxas de juros nos EUA), as declarações de Rosengren aumentavam a ala dos que questionam a necessidade de concessão generosa de estímulos monetários pelo BC dos EUA.

Segundo Rosengren, não é porque outros países estão afrouxando suas políticas monetárias que os EUA também deveriam fazê-lo. Além disso, para ele, a economia está em muito bom estado no momento.

O movimento da moeda brasileira seguiu o viés observado em outras divisas emergentes, como a lira turca e o rand sul-africano, que também perderam fôlego na sequência do início do pregão nos mercados de ações dos EUA.

Atuação do Banco Central

O Banco Central vendeu todos os 11 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados nesta segunda-feira em leilão de rolagem do vencimento outubro. A partir da próxima quarta até dia 29 de agosto, o BC fará ofertas simultâneas de US$ 550 milhões à vista e de igual montante em contratos de swap cambial reverso.