Artigo: Nosso coração está de luto

A frase pode dar a impressão de que é mais uma entre milhares. Ouvimos tantas vezes que já nos habituamos achando que é algo trivial. A sua real importância muitas vezes não é percebida como deveria. Ela está presente em praticamente qualquer discurso político e chega a ponto de alcançar a unanimidade. Talvez você esteja pensando: Não há unanimidade em nada nesse país! Calma. Vamos refletir um pouco sobre essa aparente discordância de opiniões. Inicialmente, é preciso se inteirar do que estamos falando. Vamos à famosa frase: “A educação é fundamental para nosso país”.
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Vivendo num momento tão conturbado onde a descrença impera diante da classe política e das instituições nacionais é preciso analisar, se de fato, as nossas autoridades constituídas podem pronunciar a frase sem que o constrangimento seja tão aparente. É dificílimo continuar acreditando em pessoas que afirmam algo e logo depois agem de forma contrária.

O real valor da educação não parece ser uma prioridade, pois o que vemos diariamente se resume em: descaso e indiferença. A verdade vai muito além dos meros discursos inflamados. As raras conquistas conseguidas mediante muita luta estão sendo perdidas numa velocidade assustadora. Como entender que a universidade pública recue a tal ponto de suspender e fechar cursos como se isso fosse algo natural?

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Comunicamos com pesar a suspensão do curso de Ciências da Computação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, câmpus de Ponta Porã. No próximo ano já não haverá ofertas de novas vagas, além disso, a mídia regional divulgou que o curso de Letras com Habilitação em Literatura foi fechado pela mesma instituição em Três Lagoas. Simples assim!

A justificativa é a relação entre altos investimentos e baixa procura. Tudo se resume nessa simplória explicação, ou seja, se não há interessados suficientes basta fechar os cursos e ponto final. Se a educação é tão fundamental como se apregoa com tanta eloquência como atitudes como essa se justifica? Será que a sociedade compartilha de tal falácia?

Alguém realmente se preocupou em saber o que realmente está acontecendo para que haja baixa procura e alta desistência nos referidos cursos? Os alunos tiveram voz? Houve um estudo sério para verificar os reais motivos da atual situação dos acadêmicos?

As perguntas acima são pertinentes e até o presente momento continuam sem uma resposta satisfatória. O momento atual requer uma séria reflexão ou continuaremos como meros coadjuvantes quando deveríamos ser os atores principais da nossa própria história. Avançar é preciso, retroceder impensável.
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Alci Massaranduba

Bacharel em Administração de Empresas, Especialista em Gestão de Negócios, Acadêmico do curso de Matemática, autor dos livros: Minha Vida de Carteiro e Pensamentos de um Carteiro.

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