A baixa competitividade do Brasil

Tem sido alertado que um dos maiores obstáculos para o agro nacional será a baixíssima competitividade do Brasil e da indústria brasileira. E é fácil de entender. O maior cliente do agro nacional é a China, porém o maior inimigo da indústria nacional é a China.
De um lado a CNA (Confederação Nacional da Agropecuária) tem na China o motivo do crescimento do agro nacional, cliente número 1. De outro, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) diz que é impossível competir com os produtos chineses.
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Mas e então? Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades. A China acaba de se declarar economia de mercado, e isso significa que somamos simplesmente 358 medidas antidumping do Brasil contra produtos chineses.
A nova posição chinesa abre período de confusão e tensão, pois os chineses irão pleitear reciprocidade comercial e o porta-voz do governo chinês, senhor Shen Danyang, disse: “as medidas necessárias serão tomadas” avisando que essas medidas deverão atender ao Ministério do Comércio chinês que exige uma declaração de que a China é uma economia de mercado, e isso daria à ela o direito de ser tratada como os demais países abertos do mundo, ou seja, sem discriminação comercial ou barreiras extras.
A indústria apregoa que, se o Brasil declarar aceitar a China como economia de mercado, perderemos 18 bilhões de reais e diminuiremos em 66 mil empregos por ano, caso as 52 medidas antidumping sejam levantadas.
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E agora? Somos competitivos na agropecuária, não competitivos na indústria, logística, custos, regras trabalhistas. Mas em contrapartida, temos baixa inovação e produtividade industrial, comercial e de orquestração de cadeias produtivas.
Uma pororoca de interesses e conflitos surgem no horizonte. Competitividade na agropecuária, não competitividade na indústria. Com esse governo, com esses impostos e com essa incompetência de governança público privada, não vai dar. E poderemos ainda prejudicar o agro nacional por uma equivocada política de competitividade da nossa indústria.
Precisamos pensar na agroindústria como uma coisa só. Uma revolução e integração, com um ministério da cadeia produtiva do agronegócio, isso sim. Ciência, agropecuária, indústria, comércio e serviços. Tudo é Agro.
(*) José Luiz Tejon Megido é conselheiro fiscal do CCAS (Conselho Científico Agro Sustentável), dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM. CGNEWS
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