Tratores são queimados e funcionários são feitos reféns em ocupação de fazenda em Santa Helena

Integrantes do MST assinaram documento se comprometendo a se retirarem do local, mas tomaram medidas drásticas poucas horas depois.
Proprietários e funcionários de uma fazenda de Santa Helena passaram por uma situação de apuros nesta quinta-feira (17/3). Com o local ocupado por uma agrupamento de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e uma reintegração de posse em vias de ser cumprida, a situação no local saiu do controle durante a noite e funcionários foram feitos de reféns, além de maquinário ter sido destruído.
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Janaína Passos Queiroz, coproprietária da fazenda, conta que a primeira ocupação realizada pelo grupo ocorreu em 23 de agosto do ano passado. “Nossa fazenda fornece cana para uma usina da região e, por isso, eles alegam que a fazenda pertence a essa usina”, relata.
Na época, ela e o marido, Marcio Antônio de Oliveira, juntaram documentações e entraram com processo para que fosse feita a desocupação. Em 1º de outubro ela foi realizada.
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TratorNa ocasião, 700 pessoas deixaram a propriedade após a chegada de policiais militares, com homens da Tropa de Choque e da Cavalaria. Apesar do efetivo, todos saíram pacificamente depois de conversarem com um negociador. Mas a situação não se manteve por muito tempo. “A última barraca foi retirada por volta das 22h. No dia seguinte eles estavam de volta”, relata Janaína.
Ela declara que resolveu esperar que passasse o período de fim de ano para, mais uma vez, entrar com o pedido de reintegração de posse. Novamente o pedido foi acatado pela Justiça e as tropas policiais se deslocaram até o local na última quarta-feira (16/3).
“O negociador foi lá e eles prometeram que sairiam pacificamente, sem causar danos à fazenda, aos funcionários ou aos moradores”, conta Janaína. “Eles, inclusive, assinaram um documento atestando isso.”
Com os papéis assinados e a presença da polícia, a previsão era de que até o dia 23 a ordem judicial fosse cumprida sem maiores problemas. Mas não foi isso que aconteceu.
“Quando foi por volta das 18h de ontem, o gerente da fazenda ligou e pediu socorro. Eles pegaram quatro funcionários como reféns e puseram fogo no maquinário”, conta. Ela responsabiliza o consumo de álcool pelo ocorrido. “Eles sabiam que iam ter que sair e ficaram bebendo o dia inteiro. Talvez tenham criado coragem, não sei. Mas deu nisso”, lamenta.
O prejuízo ainda não foi contabilizado, mas a produtora ressalta que foi “grande”. Tratores e parte da lavoura foram destruídos. Ninguém ficou ferido.
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Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, quatro pessoas teriam cometido o ato, mas ainda não foram presas. Segundo a corporação, a situação no local segue tranquila e a desocupação deve ser encerrada, conforme o previsto, até quarta-feira.
O MAIS GOIÁS tentou contato com integrantes da ocupação, mas, até o momento, não obteve resposta.