PF faz operação contra o tráfico de cocaína e cumpre mandados em MS

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (17/10) a Operação Teto Baixo, com objetivo de desarticular organização criminosa especializada no tráfico interestadual de cocaína. São cumpridos 106 mandados judiciais nos estados do Amazonas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins e Roraima, expedidos pela Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas da Justiça Estadual de Roraima.

Cerca de 200 policiais participam da ação nos 7 estados. 

No total, foram deferidos 30 mandados de prisão preventiva, 6 de prisão temporária, 27 de busca e apreensão, 7 mandados de bloqueio/suspensão de regularização de imóvel rural e 36 mandados de sequestro/bloqueio de bens, os quais incluem, além dos 18 aviões, imóveis, propriedades rurais e mais de R$ 290 milhões de eventuais contas bancárias em nome de 36 investigados.

Ainda não há informações sobre quantos mandados são cumpridos em terras sul-mato-grossense. 

As investigações começaram no final de 2016, quando um avião caiu no município de Caracaraí, sul do estado de Roraima, e os ocupantes fugiram, o que levantou suspeitas sobre o conteúdo que estaria sendo transportado. A partir dessa suspeita, a PF conseguiu apurar que os responsáveis pela aeronave estariam envolvidos em uma organização criminosa destinada ao tráfico de drogas.

Durante o ano de 2017, três ações coordenadas pela Polícia Federal, durante as investigações, resultaram na apreensão de mais de meia tonelada de cocaína nos estados de Roraima, Pará e Tocantins.

O esquema envolveria o transporte de cocaína que seria recebida na região Norte do Brasil por meio de aviões com destino ao Centro-Oeste. Cada voo transportaria em média 550 kg da droga e o grupo contaria com pelo menos 18 aeronaves.

A cocaína seria pega em São Gabriel da Cachoeira/AM, de onde o avião partiria para alguma pista clandestina no estado de Roraima, com o intuito de se afastar de regiões com maior fiscalização, para depois ir em direção a estados como Goiás e Tocantins.

A organização seria estruturada em três núcleos distintos: um familiar, formado por parentes do líder esquema, que comandavam os negócios; um outro núcleo, que prestaria apoio logístico ao grupo – como a identificação de pistas clandestinas, arrendamento de fazendas e abastecimento das aeronaves; e um último, composto pelos pilotos.

O nome da operação faz referência à prática de voos clandestinos, que ocorrem em baixa altitude com o objetivo de dificultar sua identificação por radares.