Modificação genética diminui impacto da cerveja no ambiente

O lúpulo, comumente utilizado na fabricação, tem um gasto ambiental muito grande

Cientistas do laboratório de Keasling, da Universidade da Califórnia, conseguiram desenvolver cerveja de lúpulo usando apenas leveduras modificadas que geram o mesmo sabor e aroma de lúpulo, sem a necessidade de usar o grão para fermentação. Isso porque o desenvolvimento de novas cervejas feitas a partir de cereais como o lúpulo implica um alto custo ambiental devido às enormes quantidades de água e solo utilizados para o cultivo.

De acordo com o Dr. Jay Keasling, que é um renomado biólogo sintético, a cerveja é feita principalmente de trigo, cevada e lúpulo e, juntamente com as enormes quantidades de água e energia usadas no processo de fabricação, o crescimento dessas culturas tem um gasto ambiental considerável. Lúpulos que crescem apenas nos solos dos Estados Unidos consomem 100 bilhões de litros de água por ano, isso equivale a aproximadamente 24 litros de água por cerveja, sem mencionar os custos de carbono do transporte do cereal.

Além do impacto ambiental, o lúpulo representa um desafio importante para os fabricantes de cerveja, já que são cobertos por pequenos apêndices em forma de cabelo chamados tricomas, as mesmas estruturas responsáveis pelo THC na planta de maconha. Esses tricomas produzem óleos cheios de compostos amargos, chamados terpenos, que conhecemos e amamos na cerveja.

Para fazer os dois compostos nas proporções corretas sem inibir a fermentação, os cientistas tiveram que tentar dezenas de combinações de partes genéticas. Eles modelaram essas combinações virtualmente e depois as testaram no fermento, em última análise, eles usaram a edição de genes com CRISPR para introduzir genes de hortelã e manjericão e modificar alguns dos genes da levedura. Fonte: Agrolink