Economia não melhora porque concorrentes geram incerteza, diz Meirelles

Em almoço para empresários no Rio, Meirelles disse estar confiante que sua candidatura será confirmada na convenção do partido

© Ueslei Marcelino/Reuters

Apresentado em sua pré-campanha à Presidência da República pelo MDB como o candidato capaz de recuperar a economia, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles disse nesta terça (17) que a desaceleração da retomada econômica em 2018 é fruto de temores do mercado com relação a seus concorrentes.

Em almoço para empresários no Rio, Meirelles disse estar confiante que sua candidatura será confirmada na convenção do partido, no dia 4 de agosto, e que sua nomeação reduzirá as incertezas com relação ao futuro da economia.

Em seu discurso, Meirelles tem repetido que contribuiu para tirar a economia do buraco em duas ocasiões: quando foi presidente do Banco Central com Lula, entre 2002 e 2011, e no Ministério da Fazenda de Temer.

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Dados mais recentes, porém, mostram que a recuperação é bem mais lenta do que o esperado inicialmente. Depois de recuar em 2017, o desemprego voltou a subir no início de 2018 e fechou maio em 12,7%. Na segunda (16), o indicador de atividade do Banco Central mostrou recuo de 3,34% em maio, provocado pela greve dos caminhoneiros.

“Por que a economia não cresce muito? Porque existe incerteza com relação ás propostas de alguns candidatos com relação à economia”, disse ele, sem citar nomes nem quais propostas assustam o mercado.

Durante o almoço, Meirelles apresentou dados econômicos consolidados apenas até o fim de 2017, com o objetivo de mostrar a recuperação da crise de 2014. Um dos slides mostrava projeção de crescimento do PIB de 3% para 2018, o dobro da estimativa atual -o ex-ministro frisou que seria uma projeção do fim de 2017.

Ele ainda apresentou um vídeo de campanha em que tenta reforçar a imagem de responsável pela recuperação econômica nos governos Lula e Temer. “Se tinha alguma crise econômica, lá estava o Meirelles para encontrar solução”, diz o narrador do filme.

A capacidade de traduzir a imagem em votos, porém, ainda é questionada dentro do próprio partido, que definirá pela candidatura no próximo dia 4. “Estou seguro de que teremos uma vitória consagradora na convenção”, disse Meirelles. Ele calcula que terá cerca de 450 dos 629 votos na convenção.

Com apenas 1% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, Meirelles diz acreditar que, a partir do início da campanha na TV, passará a ser mais conhecido e sua candidatura crescerá nas pesquisas. Com informações da Folhapress.