Dólar fecha em alta e sobe a R$ 3,92, com temores de desaceleração global

Dólar fecha em alta e sobe a R$ 3,92, com temores de desaceleração global

O dólar subiu nesta segunda-feira (10) e superou o patamar de R$ 3,90, em meio à continuidade da tensão entre Estados Unidos e China e diante de preocupações com o enfraquecimento econômico global. No cenário local, o mercado acompanhou denúncias envolvendo um ex-assessor do filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

A moeda norte-americana avançou 0,64%, vendida a R$ 3,920. Veja mais cotações. Foi o quinto avanço seguido do dólar e o maior patamar desde 2 de outubro (R$ 3,9333). Na máxima da sessão, a moeda dos EUA foi a R$ 3,9453 e, na mínima, a R$ 3,8921.

“Dado que não temos muito o que esperar no curto prazo (no mercado local), estamos ligados ao externo. E não acredito que o investidor esteja colocando muito prêmio”, disse à Reuters o operador de câmbio da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado ao destacar que pontos importantes, como a reforma da Previdência, só devem ocorrer no próximo ano.

Os investidores seguiram cautelosos com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que ganhou um adicional com a prisão de executiva da empresa chinesa Huawei, o que levanta preocupações de que a trégua acertada entre os presidentes das duas nações no G20 não sirva para se chegar de fato a um acordo.

Há ainda a preocupação sobre a desaceleração econômica mundial, sobretudo depois que a China mostrou exportações e importações crescendo muito menos do que se esperava em novembro, já refletindo o desaquecimento gerado pela briga comercial e que tem o agravante de que o país registrou maior superávit com os Estados Unidos no mês passado.

“Não é apenas a China, os EUA e o Japão, vamos adicionar a Europa e a Austrália também. Os dados são muito, muito ruins em todos os lugares e não são dados retroativos”, disse à Reuters Stephen Innes, diretor de negociações da região Ásia-Pacífico da OANDA. “O sentimento é ruim para as ações em geral. Eu não vejo nenhuma esperança. Vai ser uma péssima temporada de férias pelo que parece”, acrescentou.

Internamente, o foco se voltou para as denúncias envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito e filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, que podem impactar o futuro governo.

O Banco Central vendeu nesta sessão 13,83 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 4,149 bilhões do total de US$ 10,373 bilhões que vence em janeiro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.