Doença que mata gado em até 2 dias preocupa produtores no Sul de Minas

Veterinário estima que entre 3 a 4 mil animais já tenham sido infectados.
Pecuaristas temem epidemia na região, já que não há vacina disponível.
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Uma doença está assustando os pecuaristas do Sul de Minas. Trata-se da tripanossomose bovina, que quando ataca, mata até 80% dos animais infectados em apenas dois dias. O maior problema é que o medicamento para a cura é importado e os pecuaristas não tem conseguido a liberação para comprá-lo no Sul de Minas.
Segundo os produtores rurais, os casos ficaram mais frequentes na região em maio do ano passado. O medo atualmente é de uma epidemia.
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O veterinário Gustavo Garrido explica que a doença é transmitida pela picada de mosquitos hematófagos, ou seja, que se alimentam com sangue e também com seringas contaminadas. Ainda não existe uma comprovação de que ela ofereça riscos para a saúde humana. O diagnóstico da doença só pode ser feito por meio de exame de sangue.
“Ainda não temos dados oficiais, mas fazendo uma pesquisa de campo, conversando com técnicos e produtores, fizemos uma estimativa de 3 a 4 mil casos”, comentou.
O pecuarista Vando Pereira está preocupado. De acordo com ele, o gado ainda não foi infectado, mas ele já soube de vários casos. “Tenho notícia de amigos que perderam até 50 cabeças de seus animais, então é um motivo pra gente estar preocupado e cuidar da prevenção”, disse.
Já o Ricardo Beraldo perdeu 18 vacas por causa da doença. Ao todo, ele teve um prejuízo de cerca de R$ 100 mil. A maior dificuldade, segundo os produtores, é encontrar a medicação, que ainda não tem a liberação do Ministério da Agricultura para circular no país.
“Hoje está muito difícil. Não liberaram a importação e muitos produtores estão perdendo animais por falta de medicação”, comentou.
Já segundo o chefe Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) de Passos (MG), Nourival Severino da Silva Junior, é burocrático conseguir os remédios. “Para o produtor adquirir esse medicamento, ele tem que pegar uma receita do veterinário e fazer um processo junto ao Ministério da Agricultura, mas é demorado”, explicou.
Ainda de acordo com o chefe do IMA, para que o remédio seja liberado no país, é fundamental que os pecuaristas registrem as notificações sobre as mortes causadas pela doença. “O produtor não está fazendo notificação dos casos que estão acontecendo. É isso que dificulta, porque precisamos ter dados”, acrescentou.G-1
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