A seleção brasileira virou um espetáculo televisivo deprimente

Galvão e os comentaristas têm de ajudar na transmissão e mostrar mais o que realmente está acontecendo com o time comandado por Tite

Galvão pode ajudar a melhorar as transmissões dos jogos do Brasil

Foto: Reprodução/Globo

Foi-se o tempo em que assistir a um jogo da seleção brasileira era algo divertido e prazeroso. Não importa muito se estamos falando de Copa do Mundo, de Copa América, Eliminatórias ou mesmo um amistoso qualquer. Virou um verdadeiro fardo ver o time do Brasil em ação.

E isso não é culpa exclusiva do técnico Tite, veja bem. A Era Dunga já era de doer de ruim. E é isso: quando você se sente à frente da TV, não há mais como curtir o Brasil. E isso se complica ainda mais com as transmissões da Globo. Galvão Bueno não para de torcer um segundo. Tudo bem, esse é o estilo dele, o que nunca impediu este colunista de achá-lo um excelente narrador, possivelmente o melhor em atuação no país. Mas a impressão é que Galvão torce ainda mais quando a seleção está num momento péssimo. Exatamente quando não há defesa para a equipe brasileira, lá está o narrador mostrando seu amor.

E não para no Galvão: há momentos em que a equipe de comentaristas, em geral formada por Caio Ribeiro e Casagrande, também embarca nessa. Na partida desta terça (18), contra a fraquíssima Venezuela, em vários momentos os comentaristas viam um Brasil em campo que estava apenas jogando diante deles. Um time altamente desorganizado, cada um correndo para um lado e com um poder pífio de finalização. Mas lá estavam todos dizendo que a seleção estava indo muito bem.

No jogo treino contra Honduras, por exemplo, a impressão que se tinha é que a equipe do Brasil estava enfrentando a Alemanha e dando um show de bola com uma chuva de gols. Veja bem, estávamos enfrentando Honduras.

Você junta, então, a narração torcedora exagerada do Galvão, mais os comentários fora da realidade com um time que não consegue nunca fazer uma grande atuação, e temos um espetáculo televisivo pobre, daqueles que dá sono de acompanhar.

Que esse zero a zero com a Venezuela sirva, pelo menos, para que Galvão e os comentaristas se liguem mais e tentam mostrar a realidade da partida. Que essa turma global tente tornar a transmissão mais interessante, com análises mais profundas e realistas. R7