4 descobertas inusitadas da ciência sobre a morte

São Paulo – A ciência ainda não descobriu como driblar a morte, mas já sabe algumas coisas interessantes sobre o assunto.
Você sabia que, por exemplo, que é falsa a afirmação de que pelos e unhas continuam a crescer em cadáveres? Esse e outros três fatos sobre a morte, calcados por pesquisas científicas, podem ser vistos na lista abaixo.
Carne humana em decomposição tem cheiro “doce”
O cheiro da morte consiste em mais de 400 compostos orgânicos voláteis. Eles são produzidos pela ação das bactérias, que transformam os tecidos do corpo em gases e sais.
Seres humanos e outros animais compartilham vários desses compostos. No entanto, um estudo feito por cientistas da Universidade de Leuven, na Bélgica, revelou que cinco ésteres orgânicos (compostos que reagem com a água para produzir álcoois e ácidos) são exclusivos dos seres humanos.
Esses cinco compostos também são produzidos por frutas, particularmente quando elas apodrecem. Por isso, cadáveres humanos desprendem um odor adocicado, que o neurobiologista Moheb Costandi afirma ser “imediatamente reconhecível e difícil de esquecer”, em um artigo.
Unhas e pelos não continuam a crescer
Você, provavelmente, já ouviu falar que as unhas e os pelos das pessoas continuam a crescer depois da morte. Essa informação é falsa, pois apenas o folículo do pelo e a matriz da unha continuam vivas após a morte da pessoa – e essas partes exigem regulação hormonal e o fornecimento de proteínas e óleos para a produção de pelos e unhas.
Na realidade, o que acontece é que devido à desidratação do corpo após a morte, a pele ao redor da unha se retrai. Isso faz com que ela pareça mais longa do que é.
A explicação do “crescimento” do pelo também é simples: a pele do queixo de uma pessoa morta também resseca, fazendo com que ele fique afundado e os pelos da face pareçam mais proeminentes.
O medo da morte diminui com a idade
Pesquisadores norte-americanos descobriram que pessoas entre 60 e 70 anos expressam menos medo de morrer do que adultos entre 40 e 50 anos. De acordo com o estudo, os indivíduos do segundo grupo são mais amedrontados pela morte devido, principalmente, à crise de meia-idade. Além disso, acontecimentos biográficos e históricos também podem afetar a opinião de cada pessoa sobre a morte.
Outro estudo feito nos Estados Unidos com mais de 340 mil pessoas descobriu que o medo da morte começa na meia-idade e diminui a partir dos 60 anos. Jovens de 20 anos, segundo a análise, também relatam baixa angústia com relação à morte.
Pensar sobre a morte torna você preconceituoso
Uma metanálise feita com mais de 200 estudos realizados ao longo de 25 anos revelou que pensar sobre a morte torna as pessoas mais preconceituosas.
Os resultados sugerem que indivíduos com pensamentos mórbidos são mais tolerantes com racistas, mais severos com prostitutas, menos favoráveis aos direitos LGBT e ainda menos dispostos a consumir produtos estrangeiros.
Contudo, pensar sobre a morte também faz os indivíduos terem vontade de ter filhos e nomeá-los com seus próprios nomes. Isso significa que as pessoas querem se manter vivas simbolicamente, através de seus filhos.
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