Sobrevivente relata como foi pouso forçado de monomotor em rio no meio da selva amazônica, em RR: ‘nasci de novo’

Na quarta (14), avião de pequeno porte teve pane elétrica e fez o pouso forçado. Bombeiros buscam por piloto que está desaparecido: ‘Temos esperanças de que ele seja achado com vida’, diz filha.

Técnico em enfermagem Ednilson Cardoso, de 28 anos, estava em monomotor que fez pouso forçado em rio na tarde de quarta (Foto: Emily Costa/G1 RR)

Eu nasci de novo”, é assim que o técnico em enfermagem Ednilson Cardoso, de 28 anos, resumiu nesta sexta-feira (16) o que sentiu por ter sobrevivido só com alguns arranhões ao acidente aéreo com um monomotor na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
Na tarde de quarta-feira (14), após pane elétrica o avião em que ele estava fez pouso forçado dentro do rio Catrimani, em uma região de selva amazônica, no Sul de Roraima, durante missão pela Secretaria Estadual de Saúde Indígena (Sesai).
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Na aeronave estavam o técnico em enfermagem, que foi resgatado pela empresa proprietária do avião mais de uma hora após o pouso, e o piloto Elcides Rodrigues Pereira, de 64 anos, conhecido como ‘Peninha’, que sobreviveu ao acidente, mas está desaparecido na região e é procurado pelo Corpo de Bombeiros.
O G1 entrou em contato com a empresa Paramazônia Táxi Aéreo, proprietária do avião, mas ainda não obteve retorno. Por telefone, a assessoria do Ministério da Saúde, responsável pela Sesai, disse que foi informada do acidente e acompanha o caso.
De acordo com o técnico em enfermagem, ele e o piloto saíram de Boa Vista às 13h de quarta para resgatar uma criança doente na comunidade indígena Marari, na Terra Yanomami.
Pouco mais de 1h após a decolagem, a aeronave apresentou pane elétrica e uma das hélices teria parado de funcionar.
“Quando notamos o problema, o Peninha fez contato com a central [da empresa responsável pelo avião] e passou as coordenadas de onde estávamos. Em seguida, começamos a procurar um local para pousar, mas foi difícil porque lá a mata é muito fechada. Então só achamos o rio para fazer o pouso”.
Segundo Cardoso, o impacto do pouso na água foi grande. “Foi um pouso forçado, mas também foi uma queda, porque caímos dentro do rio e o avião afundou na água”, relata.
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O técnico em enfermagem disse que ele e o piloto conseguiram sair de dentro da aeronave logo depois da queda e nadaram até a margem do rio. “Eu empurrei a janela e saímos de dentro do avião. Depois, fomos até a margem e vimos o monomotor na água”.
Em seguida, os dois foram à margem do rio onde chegaram a limpar a mata para que fossem vistos pelo resgate.
“Comemos algumas frutas e começamos a nos preparar até para pernoitar no local. Nesse momento, conversamos sobre o que faríamos quando fossemos resgatados e voltássemos para casa”, relembra.
Resgate
Cerca de 1h30 depois da queda, aviões da Paramazônia chegaram ao local, mas não conseguiram pousar na mata, conforme Ednilson. Depois, um helicótero que também era da empresa se aproximou de onde estavam o técnico e o piloto e jogaram cordas para que eles subissem.
“Primeiro eu amarrei o Peninha, depois me prendi na corda e começamos a subir. Eu vi que o Peninha estava cansado, muito molhado e fiquei dizendo para ele ficar tranquilo, que iríamos conseguir subir”.
Durante o resgate, no entanto, o piloto não conseguiu entrar no helicóptero, acabou caindo dentro do rio e foi levado pela correnteza, segundo o relato do técnico.
“Tentamos muito puxá-lo para dentro do helicóptero, mas ele estava muito molhado e cansado e por isso acabou caindo dentro do rio. Eu desci e fui atrás dele, mas não o achamos mais. Depois de ter ido procurá-lo e conseguir voltar para o helicóptero, apaguei”, relembra.
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Após ser resgatado, Cardoso chegou a Boa Vista por volta das 19h30. Ele teve apenas escoriações leves nos braços, mas mesmo assim recebeu atendimento médico no Hospital Geral de Roraima.
“Eu nasci de novo. Agradeço a Deus por estar vivo e não descarto de forma alguma a hipótese do Peninha [piloto do avião] também estar vivo. Queria ter voltado para casa com ele”. Ednilson Cardoso, 28 anos.
Sobre o resgate do técnico ter sido feito pela própria empresa, o comandante do Corpo de Bombeiros de Roraima, coronel Doriedson Ribeiro, afirmou que em casos como esse o procedimento correto é acionar o Corpo de Bombeiros para fazer as buscas.
“Tem que acionar o Corpo de Bombeiros para que possa auxiliar nesse tipo de busca, até porque temos aqui militares especialistas em busca aeronáutica, na mata e em mergulhos. Então, o interessante é que se chame a corporação para que se faça esse tipo de procedimento”.
Segundo o coronel, desde a quinta pela manhã, os bombeiros buscam pelo piloto na região onde ocorreu o pouso forçado, mas ainda não há informações sobre o paradeiro dele.
‘Temos esperaça de que ele seja achado com vida’, diz filha de piloto

Piloto Elcides está desaparecido desde a quarta-feira na Terra Indígena Yanomami (Foto: Arquivo pessoal) Piloto Elcides está desaparecido desde a quarta-feira na Terra Indígena Yanomami (Foto: Arquivo pessoal)
Piloto Elcides está desaparecido desde a quarta-feira na Terra Indígena Yanomami (Foto: Arquivo pessoal)
Esperando notícias do pai, uma das cinco filhas de Elcides Pereira diz que tem muita esperança que o piloto seja encontrado com vida e bem. Ela pediu para não ter o nome divulgado.
De acordo a familiar, o piloto já tem anos de experiência, trabalha há cinco anos na empresa Paramazônia e ‘ama voar’.
“Nós temos muita esperança de que ele seja achado com vida, que volte para casa. Ele sabe o quanto o amamos”, disse.
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