O pior momento no combate à pandemia do novo coronavírus fez com que o setor funerário ligasse o ’ sinal de alerta ’ e procurasse as fabricantes de caixões para evitar a falta de urnas funerárias pelo Brasil. Lourival Panhozzi, presidente da Associação de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), estima que será preciso quadruplicar o estoque atual para absorver a alta no aumento no número de óbitos nos próximos meses. As informações são do jornal O Globo .
“O que estamos fazendo hoje é indigno , com enterros em poucos minutos. Estão descartando corpos, e não sepultando pessoas”, avalia Panhozzi.
O presidente da associação encaminhou um ofício ao governo do Estado de São Paulo nesta semana para que as atividades nas fábricas de urnas funerárias se torne essencial . A associação estima que o estado paulista seja responsável pela produção de 50 a 60% dos caixões usados no país .
Atualmente , o Brasil conta com cerca de 100 mil urnas funerárias. Lourival estima que sejam necessárias outras 400 mil para lidar com o aumento no número de óbitos previto para os próximos meses .
“No ano passado, o aumento de óbitos no Brasil foi na casa de 14%. Só em março de 2021, em comparação com 2020, houve um acréscimo de 30%. Um aumento natural seria de, no máximo, 2% ao ano. É uma cidade média que desaparece por mês. É fora do padrão”, avalia o representante.
Risco de colapso?
De acordo com o especialista, há um risco de colapso do sistema funerário. Não no Brasil, mas de maneira pontual em algumas localidades. Uma maneira para ’ contornar ’ este problema seria a criação de um portal , que será lançado nesta semana, para que cemitérios possam informar o número de vagas e sepultamentos por hora. Com a medida, seria possível administrar os enterros e realizar um sepultamento ” digno ” aos familiares.
Fonte: Último Segundo – iG