Secretário Antidrogas virá a MS para discutir leilão de bens do tráfico

Estado tem R$ 390 milhões só em propriedades rurais a penhorar

O Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Luiz Roberto Beggiora, virá a Mato Grosso do Sul após o feriado de Páscoa, em data ainda a ser definida, para discutir a segurança na fronteira do Estado.

A vinda de Beggiora foi articulada durante uma audiência entre o deputado estadual Marçal Filho (PSDB) e o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira.

A audiência, que contou com a participação do Comandante-Geral da Polícia Militar, coronel Waldir Ribeiro Acosta, foi agendada pelo deputado para tratar de uma série de questões que envolvem a segurança na faixa de fronteira de Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia, para conter e combater o crime organizado e o tráfico de drogas e armas, além do contrabando e roubo de cargas e veículos.

Serão discutidas com o secretário nacional a demora na alienação de automóveis apreendidos pela polícia com o tráfico de drogas. Esses veículos ficam por muito tempo parado nos pátios e quando são colocados à venda por meio de leilão, geralmente estão deteriorados em razão da ação do tempo.

A chamada ‘alienação de bens do tráfico’ é uma das propostas do ministro da Justiça, Sérgio Moro, em seu pacote de leis anti-crime que tramita no Congresso há quase um mês.

No total, a atual gestão estadual, sob responsabilidade de Reinaldo Azambuja (PSDB), calcula que tem a receber cerca de R$ 390 milhões com leilões dos bens apreendidos com traficantes pelas forças policiais estaduais. Isso só com 38 mil hectares de propriedades rurais usadas pelos traficantes no Estado.

“Durante a audiência, o secretário estadual Carlos Videira entrou em contato, por telefone, com o secretário nacional e teve a confirmação que haverá uma política de reestruturação do processo de venda, dando uma maior agilidade, transparência e publicidade para que os bens não percam seu valor econômico e haja um maior número de interessados em sua compra”, diz nota divulgada pela assessoria do deputado.

Segundo agências, Moro estudou modelos existentes em outros países para a sua proposta. Trata-se da criação de uma agência de gestão e recuperação de ativos apreendidos e confiscados.

Com relação aos veículos, dos atualmente cerca de 48 mil apreendidos atualmente em pátios por todo o Estado, cerca de 3 mil são fruto de apreensões em razão de participação ou uso no tráfico.

“Quero somar os esforços ao trabalho que o governador Reinaldo Azambuja e as forças de segurança pública já vêm fazendo no Estado. Por isso vamos cobrar o governo federal de forma que ele esteja mais presente em Mato Grosso do Sul”, disse o deputado.

No Brasil, são quase 80 mil bens apreendidos com o trárfico à espera de alguma decisão judicial. CORREIO DO ESTADO