(Reuters) – A indústria de aves e suínos do Brasil, que vem obtendo notáveis resultados com a disparada das exportações de carnes, principalmente para a China, será testada em 2019 sua capacidade de lidar com uma alta inesperada dos preços de sua principal matéria-prima, o milho.
Chuvas excessivas nos Estados Unidos, os maiores produtores e exportadores globais, geraram um atraso recorde no plantio e quebra de safra, impulsionando na quinta-feira os preços na bolsa de Chicago para máximas de cerca de quatro anos, o que tem se refletido no mercado brasileiro, apesar de o Brasil estar no caminho de uma produção histórica do cereal.
“A alta do preço do milho (desde maio) pegou todo mundo de calça curta”, disse o pesquisador da área de proteína animal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Thiago Bernardino de Carvalho.
Na comparação com as mínimas do ano, no início de maio, os preços do milho no Brasil subiram mais de 13%, para cerca de 37 reais por saca de 60 kg, segundo indicador do Cepea, da USP. Enquanto em Chicago os valores subiram cerca de 25% no mesmo período, ganhando impulso adicional após o governo dos EUA reduzir nesta semana a estimativa de safra em quase 10%