Paraná tem 699 pacientes à espera de vaga em leito para Covid-19; Sesa diz que estado está ‘chegando no limite’

No domingo (28), mulher de 49 anos morreu à espera de um leito de UTI em Londrina. Segundo secretaria, são 265 pessoas aguardando um leito de UTI e 434 na fila por uma vaga de enfermaria da doença.

Apesar da abertura de 148 novos leitos hospitalares, o Paraná tem 699 pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 à espera de uma vaga de internação no estado, nesta terça-feira (2), segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa).

De acordo com a secretaria, são 265 pessoas aguardando um leito de UTI, enquanto 434 esperam uma vaga na ala de enfermaria. Veja abaixo o número de pacientes na fila por região.

No domingo (28), uma mulher de 49 anos não resistiu à espera e morreu enquanto aguardava um leito de UTI no Hospital Universitário de Londrina, no norte do estado, que tem a menor fila entre todas as regiões do Paraná.

“As ampliações de atendimento são finitas e não devem, de forma alguma, servir como argumento para deixar de se cuidar. As medidas de prevenção devem continuar sendo seguidas, estamos chegando cada vez mais no limite”, afirmou a secretaria, por meio de nota.
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Nesta terça, em comparação com segunda-feira (1º), 83 pacientes a mais passaram a aguardar uma vaga, um aumento de 13,47%.

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Confira a fila, conforme dados da Sesa:
Curitiba e Região Metropolitana: 246 pacientes, sendo 81 para UTI e 165 para enfermaria
Macrorregião leste: 142 pacientes, sendo 51 de UTI e 91 para enfermaria
Macrorregião oeste: 160 pacientes, sendo 81 de UTI e 79 para enfermaria
Macrorregião norte: 53 pacientes, sendo 30 de UTI e 23 para enfermaria
Macrorregião noroeste: 98 pacientes, sendo 22 de UTI e 76 para enfermaria
Procurada, a secretaria afirmou que os pacientes são encaminhados para os leitos disponíveis de acordo com a gravidade do caso.

A secretaria disse também que o estado está “utilizando toda a capacidade hospitalar para evitar filas e risco à vida de pacientes”.

Ocupação dos leitos no Paraná
Em todo o Paraná, o aumento de casos sobrecarrega o sistema de saúde, que atingiu a marca de 92% de ocupação dos leitos adulto de UTI do SUS exclusivos para a doença na segunda-feira, conforme a secretaria.

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No total, pelo SUS, são 1.389 leitos de UTI adulta e 2.047 de enfermaria adulta.

Hospitais perto do colapso
Em todo o estado, hospitais chegam à capacidade máxima. Em Cascavel, no oeste do Paraná, o Hospital da Retaguarda fechou as portas e não recebe mais pacientes desde segunda-feira.

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Segundo a administração, não há mais capacidade de atendimento de novos casos no local.

O mesmo aconteceu no norte do Paraná, em Londrina, onde o Hospital Universitário restringiu o atendimento e exames ambulatoriais apenas para casos essenciais.

Além disso, servidores administrativos e assistenciais do setor ambulatorial serão remanejados para o o hospital, e férias e licenças estão suspensas até 8 de março.

Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, o Hospital Universitário (HU) está com 100% das UTIs de Covid-19 e de atendimento geral ocupadas, e a ala emergencial atingiu 650% de lotação na segunda-feira.

Isto é, estão sendo atendidos 26 pacientes quando a ocupação máxima é de quatro pessoas.

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Por meio de nota, o HU disse que os pacientes “estão acomodados em espaços que eram utilizados como leitos de observação” e que receberam equipamentos para atender emergencialmente.

Aumento de casos e medidas restritivas
O Paraná tem 651.751 casos confirmados do novo coronavírus e 11.776 mortes registradas pela doença, conforme boletim divulgado pela Sesa, nesta terça.

Diante do cenário, o governo do Paraná decretou medidas mais restritivas. Desde sábado (27), os serviços não essenciais não podem abrir em todo o estado e o toque de recolher foi ampliado, agora entre 20h e 5h.

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A medida tem o objetivo de frear o coronavírus e evitar o colapso do sistema de saúde no Paraná.

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Segundo o governador Ratinho Junior (PSC), o governo quer usar o decreto como “freio de arrumação” até que mais doses de vacinas cheguem ao estado. “Nós estamos no pior momento deste um ano de enfrentamento da pandemia”, afirmou. G1