Mulher é internada para tirar útero e morre com intestino perfurado

Mulher é internada para tirar útero e morre com intestino perfurado

Na última terça-feira, dia 29 de agosto, Julia dos Santos Rodrigues, de 47 anos, deu entrada na sala de cirurgia do Hospital Municipal Cristo Rei, em Dois Irmãos do Buriti, para retirar o útero. Na sexta-feira, dia 1º de setembro, Julia morreu no Hospital Regional de Campo Grande, por infecção generalizada. Ela teve o intestino perfurado, complicação rara que a família atribui a um erro médico.

O profissional responsável pela operação, o obstetra e médico do município há 15 anos, Mário Katayama, admite que houve a compliação, sem que a equipe pudesse prever. Segundo ele, Julia teve alta na quinta-feira (31) pela manhã, período em que, de acordo com o médico, a paciente não apresentou nenhum sintoma suspeito.

De acordo com o site Campo Grande News, a família, alega negligência durante o procedimento, e agora pretende registrar boletim de ocorrência contra o médico. É o que relatou uma prima de Julia, fisioterapeuta de 39 anos, que preferiu não ter o nome revelado.

“Ela fez a extração do útero, que era uma cirurgia simples, só que perfurou mais de 2 cm de intestino e as fezes vazaram. Na quinta, depois de ter sido liberada, mandaram ela pra Aquidauana. Os médicos não quiseram botar a mão, mas encaminharam já na sexta de madrugada para o Rosa Pedrossian em Campo Grande. Fizemos todos os exames e constataram que tinha rompido, tinha muitas fezes espalhadas no abdômen”, conta.

Segundo a fisioterapeuta, a equipe médica do Hospital Regional chegou a retirar os pontos e tentar limpar a região atingida, na tentativa de reverter o quadro, o que não foi possível. “Ela foi entubada, tiveram até que cortar o intestino. Ou seja mesmo que tivesse sobrevivido, já teria problemas”, comentou.

Outro lado

O médico Mário Katayama relatou que trabalha há 15 anos no município, e explicou que a lesão no intestino durante uma cirurgia de retirada do útero não é comum.

“A complicação ocorreu sem que a gente possa prever. Não dá pra gente adivinhar isso. Nunca tivemos uma caso com resultado trágico. Mas não é comum, acontece as vezes quando tem alguma aderência que não é esperada, existe uma porcentagem que é baixa”.

Conforme explicou, a cirurgia foi realizada com a presença de toda a equipe médica: cirurgião auxiliar, equipe anestésica e equipe de enfermagem. Mário relatou que Julia voltou novamente ao Hospital na quinta-feira durante a tarde, ocasião em que outro médico plantonista teria realizado exames que não identificaram o que teria ocorrido com a paciente. Segundo Mário, a perfuração no intestino só foi identificada na sexta-feira (1) pela equipe do Hospital Regional.