MS: Polvilho fica 128% mais caro e chipa por R$ 1 está com os dias contados

Polvilho fica 128% mais caro e chipa por R$ 1 está com os dias contados
Liana Feitosa
Polvilho, ovos e margarina ficaram mais caros e põe chipa a R$ 1 em risco. (Foto: Arquivo / Campo Grande News)
Que chipa vendida a R$ 1 virou moda em Campo Grande e conquistou muita gente, já não é novidade. Mas com o preço dos ingredientes subindo, o valor baratinho pode estar ameaçado. Em outubro do ano passado o pacote de 25 kg de fécula de mandioca – o polvilho – item fundamental na receita, custava R$ 35, mas subiu 128% de lá para cá.
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Hoje, dependendo da qualidade comprada, o valor chega a R$ 80, conforme apontam as contas de Tamotsu Mori, dono da Chiparia do Japa, que fica no Centro de Campo Grande, e em supermercados atacadistas da Capital, esse produto custa de R$ 53 a R$ 63.
Subiram também a margarina e os ovos de galinha, que também compõem essa iguaria local. Segundo levantamento do Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Uniderp, realizado a pedido do Campo Grande News, a variação no valor do pote de 500 g de margarina chegou a 3,23%, dependendo da marca.
No caso da opção da marca Qualy, de R$ 4,60 em novembro de 2015, foi para R$ 4,75 em janeiro deste ano. Já a dúzia de ovos de galinha, de R$ 4,79, foi para R$ 4,88, variação de 1,88%.
Bolso pesado – Apesar da variação parecer tímida, representa aumento considerável de gasto ao produtor da chipa, que, na Capital, faz em grande quantidade para poder lucrar, como explica o empreendedor Jeferson Barros.
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“O lucro a gente consegue na venda em grande volume. Como a unidade da chipa é vendida num preço bem barato, é preciso vender muita chipa, todos os dias, para conseguir ter retorno”, detalha. No estabelecimento dele, que fica na rua 15 de novembro, há ainda o combo de Coca-cola mini, com chipa, que é vendido a R$ 2 e atrai muitos clientes.
Sem aumento – Jeferson, Mori e também Francisco Aranda, que vende chipa na rua 26 de agosto, estão preocupados com os aumentos, mas resistem à ideia de subir o preço do produto final.
Para Mori, a esperança é que o término das férias escolares volte a movimentar as ruas da região e, consequentemente, aqueça as vendas. Para Francisco, a aposta é a mesma.
“Estou aqui (vendendo) há 2 meses. Hoje, eu ainda pago para trabalhar. Mas se eu subir o preço da chipa, vai complicar ainda mais. É melhor a gente lutar pra vender em grande volume e, assim, compensar o trabalho”, compartilha o vendedor.
Pensando nisso que a Casa de Chipas Paixão deixou de vender o item a R$ 1,99 e baixou para o famoso R$ 1. Em dezembro do ano passado o estabelecimento foi notícia no Campo Grande News, mas os sócios acharam melhor aderir ao valor menor.
“Diminuímos 20% do tamanho da chipa e popularizamos o valor. Deu certo, as pessoas passaram a comprar mais”, conta Antônio da Silva. “Com isso, passaram, também, a experimentar opções diferentes que temos, como chipa recheada com cheddar, goiabada, frango com requeijão, creme de paçoca ou nutella”, completa Danilo Pereira.
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