Mais dois alpinistas morrem no Everest; número de mortos na temporada de escalada vai a 10

Um alpinista britânico e um irlandês morreram no Everest, pico mais alto do mundo, com 8.848m de altura e fica na fronteira entre o Nepal e o Tibete, o que eleva a 10 as vítimas fatais nesta temporada de escalada na região, informaram neste sábado (25) organizadores de expedições no Nepal.

Na sexta-feira (24), autoridades nepalesas anunciaram que quatro alpinistas morreram nas últimas 48 horas no Everest. Dois deles eram indianos, um era austríaco e outro, nepalês.

Uma das vítimas, a indiana Kalpana Das, de 52 anos, chegou ao topo do Everest, mas morreu na quinta-feira (23) à tarde no momento da descida. Outro indiano, Nihal Bagwan, 27 anos, também morreu durante a descida.

“Ele ficou bloqueado no engarrafamento durante mais de 12 horas e estava esgotado. Os guias trouxeram-no para o acampamento 4 e ele morreu no local”, relatou Keshav Paudel.

O austríaco, de 65 anos, era alpinista e morreu no lado tibetano da montanha, anunciou um organizador de expedição. O nepalês, um guia de 33 anos, morreu em um acampamento-base, depois de ficar doente no campo 3, a 7.158 metros de altitude.

De acordo com um funcionário da agência de viagens Peak Promotions, do Nepal, a quantidade de pessoas no local pode ter contribuído para a morte de Bagwan.

Até quinta (23), quase 550 alpinistas tinham alcançado o topo do Everest nesta temporada, de acordo com dados divulgados pelas autoridades nepalesas. O período entre o fim de abril e o mês de maio é considerado mais vantajoso para a escalada do monte, pois as condições meteorológicas são menos extremas.

Fotos divulgadas nos últimos dias mostram uma longa fila de alpinistas, muito próximos uns dos outros, arrastando suas botas de escalada na área entre o cume e o desfiladeiro sul, onde fica o último acampamento na encosta do Nepal.

Analistas afirmam que o “engarrafamento” é provocado pela proliferação de permissões de escalada, assim como pelo reduzido número de “janelas” meteorológicas adequadas para chegar ao topo. Desta maneira, todas as expedições iniciam o ataque final ao Everest durante os mesmos dias.

Uma altitude de 8 mil metros acima do nível do mar é considerada a “zona da morte”. Na altitude extrema, o oxigênio é mais escasso na atmosfera, e os alpinistas precisam recorrer a garrafas de oxigênio para alcançar o topo.

“Permanecer muito tempo na zona da morte aumenta os riscos de congelamento, de sofrer o mal da altitude, ou mesmo de morte”, explicou Ang Tsering Sherpa, ex-presidente da Associação de Alpinistas do Nepal.

Nos dias anteriores, outros dois alpinistas indianos e um americano morreram no Everest. Um montanhista irlandês também teria morrido, depois de escorregar e cair de uma área a 8.300 metros de altitude. O corpo não foi encontrado.

No ano passado, foram registradas 5 mortes na temporada de escalada do monte.

Desde que as autoridades nepalesas liberaram a escalada no Monte Everest nos anos 1990, as expedições comerciais aumentaram, assim como o número de alpinistas. Neste ano, o Nepal concedeu, para a temporada de primavera do hemisfério norte, o recorde de 381 permissões, ao preço de 11 mil dólares (cerca de R$ 44,2 mil) por pessoa, de acordo com os últimos dados disponíveis.

Ao menos 140 receberam permissões para escalar o Everest a partir do flanco norte, no Tibete. Cada titular de uma permissão é acompanhado por um guia, o que significa que mais de 750 pessoas estão na rota para a escalada.

O topo do Everest foi alcançado pela primeira vez em 1953, pelo neozelandês Edmund Hillary e pelo nepalês Tenzing Norgay.

G1