Famílias se aglomeram à espera de caixões de parentes vítimas da Covid-19 no Cemitério Vila Formosa em SP

Familiares relataram fila para a liberação dos corpos e falta de distanciamento social. Na cidade de São Paulo, desde o começo da pandemia, mais de 20 mil pessoas morreram com coronavírus.

Por TV Globo e G1 SP

Em meio ao agravamento da pandemia em São Paulo, o cemitério municipal Vila Formosa, o maior da América Latina, voltou a registrar aglomeração neste domingo (21). Familiares relataram filas para a liberação dos corpos das pessoas que morreram de Covid-19 e falta de distanciamento social.

“Eles colocam os corpos de vítimas das Covid-19 em uma sala, e eles vão liberando conforme vão chegando os carros para levar para os sepultamentos. Com isso, forma-se uma aglomeração, as famílias ficam todas paradas ali, esperando a liberação do caixão”, disse Debora Nogueira, que esteve no local neste domingo.

Procurada pelo G1, o Serviço Funerário, da Prefeitura de São Paulo, informou que “as equipes de fiscalização atuam nos cemitérios municipais instruindo as famílias quanto às medidas de segurança nesse período de pandemia”.

Nesta quinta-feira (18), a TV Globo já havia flagrado aglomeração em velórios no local.

Com o aumento das mortes na capital paulista e consequente impacto no Serviço Funerário, a pasta anunciou um reforço nas contratações. “Além dos 173 sepultadores efetivos ativos e dos 150 terceirizados contratados em 2020 e início de 2021, mais 35 iniciarão na próxima semana”.

No início da pandemia, a Prefeitura aumentou a capacidade de enterros e usou o cemitério Vila Formosa como um “centro de logística” para os mortos da Covid-19.

O Serviço Funerário informou ainda que os velórios permanecem proibidos em casos de morte por Covid, e limitados ao tempo máximo de uma hora de duração em casos de morte não ocasionadas pela doença.

Cemitério Vila Formosa tem aglomeração neste domingo, 21 de março — Foto: Arquivo pessoal

Cemitério Vila Formosa tem aglomeração neste domingo, 21 de março — Foto: Arquivo pessoal

Agravamento da pandemia

A média móvel de mortes provocadas pela Covid-19 no estado de São Paulo chegou neste sábado (20) à marca de 493 óbitos por dia, batendo recorde de maior valor desde o início da epidemia pelo 15º dia seguido. O estado superou a marca de 67 mil vítimas do coronavírus.

O total de internados no estado neste sábado é de 28.292 pessoas, sendo 11.976 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 16.316 em enfermaria. O número é 110% maior do que há quatro semanas, em 20 de fevereiro, quando eram 13.491 pacientes internados.

As taxas de ocupação dos leitos de UTI Covid em hospitais das redes pública e privada são de 91,5% no estado e de 91,7% na Grande São Paulo neste sábado.

Na cidade de São Paulo, desde o começo da pandemia, 20.188 pessoas morreram de Covid-19, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.